Novo ministro do STF defendeu causa gay e pesquisa com células tronco

Folhapress
23/05/2013 às 18:29.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:57

SÃO PAULO - Escolhido pela presidente Dilma Rousseff como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Luís Roberto Barroso, 55 anos, tem atuação marcante na área dos direitos humanos.

Entre as causas que já defendeu no próprio Supremo, está a equiparação das uniões homoafetivas às uniões estáveis convencionais e a pesquisa com células tronco. "As uniões homoafetivas são fatos lícitos e relativos à vida privada de cada um. O papel do Estado e do Direito, em relação a elas como a tudo mais, é o de respeitar a diversidade, fomentar a tolerância e contribuir para a superação do preconceito e da discriminação", escreveu o advogado, em parecer sobre a causa gay.

Em seu site, Barroso divulga opiniões sobre temas aos quais atuou, além de músicas de seu interesse. Entre elas, sinfonias de Beethoven e canções de artistas nacionais, como Chico Buarque, Caetano Veloso e Tim Maia. Revela também ser fã de poesia, publicando obras de autores como Carlos Drummond de Andrade.

Suas declarações revelam um pouco da opinião do novo ministro sobre temas que deve enfrentar na cadeira do Supremo. Sobre decisões do Supremo que vão contra o chamado clamor popular, já disse: "O Judiciário não pode ser um Poder populista. O Judiciário não pode ter o seu mérito aferido em pesquisa de opinião pública."

Neste ponto, elogia a atuação do futuro colega Gilmar Mendes. "O ministro Gilmar Mendes. Ele é um exemplo de juiz que, em mais de uma ocasião, e eu acho que corajosamente, desagradou o clamor popular fazendo aquilo que ele achava que era certo. Eu nem sempre concordo com as posições dele.
Tenho até uma ou outra queixa (risos). Mas admiro a independência com que ele exerce o seu ofício", disse em entrevista divulgada no seu site.

Apesar de ainda haver indefinição sobre sua atuação no julgamento dos embargos do mensalão, o novo ministro já afirmou considerar a decisão do Supremo um marco na política do país. "Mais do que a condenação de pessoas, o processo do mensalão constitui a condenação de um modelo político que não vem de ontem", disse em entrevista à revista "Poder" de outubro do ano passado.

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