Número 2 do Ministério do Trabalho presta depoimento e vai trabalhar

Fernanda Odilla - Folhapress
09/09/2013 às 17:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:48

BRASÍLIA - Suspeito de participação de esquema de desvio de recursos públicos, o "número 2" do Ministério do Trabalho e Emprego prestou depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (9) e, em seguida, foi trabalhar normalmente.

Paulo Pinto, secretário-executivo do MTE, foi alvo de um dos 12 mandados de condução coercitiva cumpridos nesta segunda-feira pela PF. Batizada de Esopo, a operação deflagrada pelos policiais federais apura fraude em licitação e contratos superfaturados em dez estados. A fraude pode ter movimentado cerca de R$ 400 milhões em cinco anos, estimam os policiais.

É a segunda vez em menos de uma semana que o MTE é alvo de operação da PF. Dessa vez, uma das suspeitas que pesam contra o Ministério do Trabalho é a retirada do nome de inadimplentes do cadastro de devedores para continuarem recebendo recursos públicos.

Segundo a assessoria do ministério, pela manhã a PF recolheu apenas documentos relacionados à área de qualificação da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego - um dos principais braços operacionais da pasta.

Informou ainda que o secretário-executivo do ministério, Paulo Pinto, foi abordado pela PF em casa, em Brasília. Depois de ser notificado da existência de um mandado de condução coercitiva contra ele, foi dirigindo o próprio carro à Superintendência da PF em Brasília, onde prestou depoimento sobre a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que teria sido usada para desviar os recursos públicos.

Depois de prestar esclarecimentos, Paulo Pinto foi liberado e despachou normalmente na sede do MTE, segundo a assessoria do ministério. Ele reassumiu o cargo de número 2 do ministério em abril deste ano. Entrou no ministério em 2007 como assessor especial do então ministro Carlos Lupi, de quem é braço direito.

Em junho de 2010, foi nomeado secretário-executivo, função que ocupou até maio do ano passado, quando o grupo de Lupi, que perdeu o cargo por suspeitas de irregularidades, deixou o comando da pasta. Nesta segunda-feira, o MTE informou aguardar o retorno do ministro Manoel Dias, que estava em Santa Catarina, para definir se Paulo Pinto será mantido no cargo.
   

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