Operação ‘Lava Jato’ derruba conselheiro da Cemig

Bruno Porto - Hoje em Dia
22/12/2015 às 06:43.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:25

Preso na operação “ Lava Jato”, o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, vai perder o cargo no Conselho de Administração da Cemig. A estatal mineira de energia convocou para 20 de janeiro de 2016 uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) em que empossará Ricardo Coutinho de Sena, ex-presidente da Andrade Gutierrez Concessões, no lugar de Azevedo.

A Andrade Gutierrez é a maior acionista privada da Cemig e seu principal executivo está preso desde 19 de junho deste ano. Ele foi detido na Operação Erga Omnes, a 14ª fase da operação “Lava Jato”. Azevedo é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro referentes a dez contratos da Andrade Gutierrez com a Petrobras.

Em maio deste ano ele admitiu à Polícia Federal ter se reunido com o lobista Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB na Petrobras. Conforme publicou o jornal Estadão, o empreiteiro citou pelo menos cinco encontros com Fernando Baiano em seu escritório. Em uma ocasião, segundo Otávio Azevedo, o lobista lhe pediu doações para o PMDB. O executivo disse que o pedido “foi prontamente rechaçado”.

Ao ser questionado pelos investigadores, contudo, Otávio Azevedo admitiu que manteve “relação institucional” com pelo menos seis políticos do PMDB, incluindo o vice-presidente da República Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

Na convocação para a Assembleia que vai destituir Azevedo do cargo, a Cemig apontou “impedimento temporário” como a motivação para a troca de conselheiros.

Uma outra alteração já foi realizada no Conselho de Administração da Cemig nesta gestão. O suplente do presidente da companhia e vice-presidente do Conselho de Administração, Mauro Borges, mudou. Ana Silva Corso Matte saiu para dar lugar a Samy Kopit Moscovich, ex-assessor da diretoria do BNDES de 2010 a 2015. Questionada, a Cemig não informou o motivo da mudança.

Jaguara

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu nessa segunda (21) o pedido de liminar apresentado pelos advogados da Cemig para que os efeitos de julgamento realizado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) no caso Jaguara fossem suspensos. Essa decisão determinou que a Cemig devolvesse a usina à União.

Os efeitos do parecer do STJ reforçam a sinalização de que a próxima etapa da discussão sobre o futuro de Jaguara ocorrerá no dia 16 de fevereiro de 2016. Essa é a data proposta por Toffoli para que Cemig e União apresentem uma proposta de consenso sobre o tema. A Cemig argumenta que a concessão da usina poderia ser renovada, ao contrário do entendimento federal após a edição da MP 579.

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