O senador Paulo Paim (PT-RS) classificou nesta segunda-feira, em pronunciamento da tribuna do Senado, de "sem vergonha" e "desqualificado" o recurso que parlamentares da base aliada devem apresentar esta semana ao projeto da nova desaposentadoria, que é de sua autoria. Com o recurso, a desaposentadoria deverá passar por mais duas comissões temáticas e pelo plenário, o que na prática atrasa sua tramitação no Congresso. O governo federal já disse que é contra a proposta que permitiria ao aposentado elevar o valor da aposentadoria, caso tenha tempo adicional de trabalho e contribuição.
O projeto foi aprovado na quarta-feira passada, 10, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado e, pelo regimento, iria diretamente para apreciação da Câmara dos Deputados caso não ocorresse um recurso.
"O senador que quiser colocar o nome dele nesse recurso sem vergonha que coloque", criticou Paulo Paim. "Quem quiser colocar no seu currículo, o seu nome num processinho desqualificado como esse, que vote, mas assuma a sua responsabilidade quando a população lá na frente for cobrar", completou.
O senador do PT afirmou que o governo descumpriu um acordo para aprovar a matéria no Senado e deixar a discussão para a Câmara dos Deputados. O petista, contudo, não declinou o nome de quem fez o acerto político com ele. "Sinceramente é muita maldade, é mais do que maldade, é uma covardia", alfinetou.
Após a aprovação do texto na comissão, Paulo Paim disse que já foi procurado por pessoas do governo que lhe sugeriram uma emenda que garante a devolução de toda a contribuição previdenciária para quem voltou a trabalhar. Ele é contrário a essa proposta.
"É uma questão de justiça, quem contribuiu tem direito a receber o seu benefício devido, os cálculos atuariais feitos", afirmou Paim. "Se tiver desaposentadoria do trabalhador, quem vai pagar é a sociedade", completou.
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