País às vezes comete equívocos, como em 1989, diz Lula

Suzana Inhesta, correspondente, e Marcelo Portela
18/10/2014 às 14:42.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:40

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ato pró reeleição de Dilma Rousseff (PT), afirmou que os eleitores brasileiros, às vezes, cometem equívocos ao eleger um presidente da República, se referindo à eleição de Fernando Collor em 1989.

"Esse País muitas vezes comete equívoco. Em 1989, o País estava com medo de mim, mas também de Ulysses Guimarães, do Brizola, Mario Covas. E esse medo era muitas vezes instigado pela imprensa. E no fim, o povo escolheu Collor, presidente da República, dizendo que era o novo. E vocês sabem o que aconteceu. Eu era muito radical na época, nem a barba aparava, fiquei ofendido, mas ficar com medo de Ulysses, Brizola, que tinham história?", questionou.

Lula avaliou que a história se repete nestas eleições. "A imprensa brasileira está nas mãos da elite e não admite que nenhum governante olhe para as pessoas mais pobres", disse.

Lula também comentou que quando o presidenciável Aécio Neves (PSDB) fala em "mar de lama" à Dilma são as mesmas palavras que Carlos Lacerda utilizava contra Getúlio Vargas. "Só que ele se esqueceu que seu avô (Tancredo Neves) trabalhou no governo de Vargas e foi primeiro-ministro de João Goulart. Aécio faz como UDN: sabe fazer denúncias de corrupção dos outros e esconde o seu rabo para ninguém saber", declarou, reiterando que Dilma está "tirando o tapete da sala", vendo quem está fazendo coisas certas e erradas em seu governo, investigando e punindo os responsáveis.

Ataque

Depois, Lula engatou uma série de ataques pessoais contra o presidenciável tucano. "Nunca vi um cidadão faltar com respeito com uma presidente como faz nosso opositor. Eu não tinha coragem de ser grosseiro contra o Collor. Isso é comportamento de um filhinho de papai", disse, sendo interrompido pelo público, que o aplaudiu muito. E continuou: "Não sei se ele teria coragem de ser tão grosseiro se o adversário dele fosse homem. Não é só porque Dilma é mulher, mas porque ela é presidente desse País", disse.

Ele disse que Aécio, de vez em quando, parece "fidalgo". "Bafômetro não é medir carteira de motorista ou não. Bafômetro cheira álcool", disse. "Se ele trata a presidente desse jeito, imagina se ele encontrar um pessoa na faixa, ou um catador. Isso é muito grave, porque as pessoas se acham no direito de desrespeitar o outro e depois se fazer de vítima. E é mais um motivo, uma razão para elegermos Dilma", declarou.

O ex-presidente mencionou que o primeiro emprego do Aécio foi de assessor, no Rio de Janeiro, do pai que era deputado na época. "Era o melhor emprego, não? Onde estava Aécio quando Dilma estava presa pela ditadura, lutando pela democracia?", destacou.
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