Paulo Piau herda dívida de R$ 200 milhões de Adauto em Uberaba

Patrícia Scofield - Do Hoje em Dia
17/01/2013 às 06:50.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:42
 (Renato Cobucci/Arquivo Hoje em Dia)

(Renato Cobucci/Arquivo Hoje em Dia)

No Triângulo Mineiro, a briga política entre o ex-prefeito de Uberaba, Anderson Adauto (sem partido), e o atual gestor, Paulo Piau (PMDB), já ultrapassou os limites do partido. Depois de Adauto ter deixado os quadros do PMDB insatisfeito com a defesa da Executiva estadual pela indicação de Piau para disputar a última eleição no município, o prefeito agora acusa o antecessor de ter “afundado” a prefeitura em dívidas que ultrapassam R$ 200 milhões.

“Uberaba é uma referência de como se pode deixar uma administração triturada”, afirmou o prefeito. Segundo ele, do montante informado pela equipe de transição de governo, R$ 69 milhões devem ser pagos nos próximos dois anos, e R$ 142 milhões se referem a empréstimos feitos por Adauto. Até no site da prefeitura foi colocado um banner que anuncia os débitos vencidos no mandato anterior ao de Piau.

O ex-prefeito de Uberaba, Anderson Adauto, preferiu não comentar o assunto. Ao Hoje em Dia, ele limitou-se a dizer que só vai se posicionar quando for publicado o balanço das contas da gestão dele. “Está para sair por esses dias. Acredito que, no máximo, até a próxima segunda-feira”, afirmou.

Inquérito

Com base na repercussão do valor da dívida, o Ministério Público de Minas Gerais (MP) em Uberaba instaurou, na última terça-feira, inquérito civil para apurar se houve descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no exercício de 2012.

“Ainda não é possível fazer qualquer juízo de valor. Pedi à administração atual que me encaminhe relatórios contábeis e só depois dessa análise poderemos dizer se houver ou não crime”, disse o promotor de Defesa do Patrimônio Público e Tutela de Fundações, José Carlos Fernandes Júnior.

A portaria expedida pelo órgão concede prazo de dez dias para que a prefeitura envie à promotoria relatórios de gestão fiscal e o demonstrativo de restos a pagar – processados e não-processados –, da administração direta, indireta e fundacional, em relação a 2012. Foram pedidas ainda cópias de todos os balanços orçamentários, financeiros e variações patrimoniais referentes ao ano de 2011.

Segundo Piau, além de a cidade estar na iminência de uma epidemia de dengue, há contas atrasadas de luz e de telefone, estimadas em mais de R$ 600 mil; dívidas de R$ 2 milhões com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ) em precatórios, e uma insatisfação nos Correios por falta de pagamento. Nesse caso, o valor da dívida é superior a R$ 400 mil.

“Vamos começar uma auditoria o mais rápido possível”, completou o prefeito.

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