PBH vai fazer maquiagem na Lagoa da Pampulha para Copa do Mundo

Humberto Santos e Amália Goulart - Hoje em Dia
18/04/2013 às 06:45.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:55

Técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desembarcam nesta quinta-feira () em Belo Horizonte para avaliar se o complexo da Pampulha pode ser alçado a Patrimônio Cultural da Humanidade. Mas talvez o melhor período para que fizessem essa visita fosse próximo à Copa do Mundo, quando as águas da lagoa da Pampulha estarão limpas e inodoras.

Para isso, a Prefeitura de Belo Horizonte planeja fazer uma “maquiagem” para limpar o espelho d’água.

A administração municipal pretende contratar uma empresa para oxigenar a lagoa mas, para que isso aconteça, a Copasa tem, antes, que cumprir o cronograma de retirar todo o esgoto que é despejado por lá até o fim deste ano.

A ideia é injetar o gás e jogar microorganimos nas águas para acelerar a biodigestão da matéria orgânica acumulada. O processo, realizado meses antes do início do Mundial de futebol, garantiria que as águas ficassem limpas visualmente e sem cheiro.

Vale lembrar que a lagoa da Pampulha é apenas um dos locais que sofrem com o despejo de esgoto em Belo Horizonte, já que a prefeitura admitiu que 33% do esgoto da cidade é jogado em cursos d‘água.

Porém, o resultado da intervenção é temporário. A proposta chegou a ser apresentada para entidades ambientalistas que discutem a revitalização do espaço.

“A prefeitura chegou a apresentar essa proposta para nós mas, quando vieram as audiências públicas na Câmara e na Assembleia, não apresentou mais”, disse o coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano.
 
O ambientalista lembra que só a retirada dos esgotos e a dragagem do assoreamento é insuficiente para garantir a limpeza e a balneabilidade.

“Não basta remover a sujeira. É preciso um processo claro, com etapas, metas”, avalia Polignano.

O professor de Química da UFMG, Eduardo Mortimer, acredita que a retirada do esgoto pela Copasa não é suficiente. “As intervenções até agora foram feitas no afogadilho. Já se consumiu muito dinheiro com paliativos”, aponta.

Ambos afirmam que não dá para estimar em quanto tempo a lagoa se recuperaria sozinha após a retirada dos esgotos, mas destacam que não serão em seis meses.

Leia mais na Edição Digital.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por