A presidente Dilma Rousseff afirmou na noite desta segunda-feira, 11, em discurso no Seminário Empresarial Brasil-Peru, em Lima, que os dois países devem pensar em integração comercial como maneira de se fortalecerem em um cenário internacional pós-crise. Segundo a presidente, no momento em que as economias desenvolvidas se recuperarem, o tamanho do mercado será considerado um "ativo" na mesa de negociações.
No seminário, Dilma destacou a integração como fator importante para os avanços da última década e traçou a meta de que o comércio entre os dois países atinja os R$ 10 bilhões dentro de dez anos. "Temos potencial de mercado nesta região que não podemos deixar de valorizar", disse.
Na visão da presidente, Brasil e Peru passaram as últimas décadas de costas um para o outro. "O Peru olhava o Pacífico, nós o Atlântico", afirmou, antes de completar dizendo que o Brasil foi ensinado a olhar somente para os países desenvolvidos. Segundo ela, hoje a situação é outra e o País prioriza o comércio com a América Latina. "Hoje, nós não só olhamos, como priorizamos a América Latina", afirmou. Para a presidente, os avanços percebidos nas últimas décadas devem-se em grande parte à integração.
Dilma disse ainda que a infraestrutura é um desafio e convidou os empresários presentes a conhecerem os projetos brasileiros na área. Ela apontou o eixo multimodal da Amazônia como um projeto a ser desenvolvido no futuro.
A presidente afirmou ainda que, nos últimos anos, o Brasil venceu a "contradição" entre crescer e distribuir renda e que hoje percebe que a distribuição é fundamental. A presidente elogiou as políticas que incentivam o crescimento do mercado interno peruano e frisou que o Brasil segue caminho parecido, o que transforma os países em grandes consumidores.
Segundo ela, o Brasil percebeu que crescer, com distribuição de renda, é essencial. "Uma das principais riquezas do Brasil é o seu mercado", afirmou. A presidente citou ainda que países como Brasil e Peru se transformaram em grandes consumidores, o que anima suas economias. A presidente disse que a área da ciência, tecnologia e inovação vai mudar a cooperação entre os dois países e destacou o crescimento no número de engenheiros formados no Brasil.
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