(Reprodução/Policia Federal)
A Polícia Federal (PF) indiciou nesta segunda-feira (1º), as quatro mulheres apontadas como candidatas-laranja do PSL nas eleições de 2018, por falsidade ideológica, aplicação irregular de verba e associação criminosa. Agora, o inquérito vai ser enviado ao Ministério Público para apresentação, ou não, da denúncia.
O esquema foi denunciado pela Folha de S.Paulo. Conforme as investigações da Polícia Federal, o partido, que à época tinha como presidente em Minas Gerais o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, utilizou candidatas em disputas de fachada para acessar recursos de fundo eleitoral exclusivo para mulheres. O total de votos recebido pelas quatro foi próximo de 2.100.
Na última quinta-feira (27), a PF, também no âmbito das investigações sobre o esquema, prendeu o assessor especial de Marcelo Álvaro no ministério e dois coordenadores da campanha do hoje ministro a deputado federal no ano passado. Os dois trabalhavam, respectivamente, em Ipatinga, no Vale do Aço e em Governador Valadares, no leste do Estado.
Nesta segunda-feira (1º), o juiz Renan Chaves Carreira Machado, da 26ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, mandou soltar os três presos. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), como a prisão era temporária, ou seja, válida por cinco dias, o magistrado optou pela não renovação da detenção.
O ministro do Turismo nega qualquer participação no esquema. A reportagem entrou em contato com o diretório do PSL em Minas e aguarda retorno. Nas investigações, ficou comprovado, entre outros pontos, que uma gráfica utilizada no suposto esquema já não funcionava dois anos antes das eleições. A Polícia Federal apurou ainda que a empresa pertencia a um irmão de Roberto Soares.
Ainda de acordo com a PF, a relação custo por voto entre as mulheres que teriam sido usadas como laranjas no esquema era maior que a registrada entre candidatos que venceram as eleições. O custo médio entre os que venceram era de R$ 10 por voto, enquanto o das candidatas do PSL era de R$ 300.
As penas máximas para os três crimes são de 9 anos e três meses de prisão. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também investiga o suposto esquema de desvio de recursos do fundo eleitoral.