PF pede abertura de inquérito contra Pimentel no STJ

Tatiana Moraes*
19/06/2015 às 16:28.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:33
 (Agência Brasil/Reprodução)

(Agência Brasil/Reprodução)

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), está a um passo de ser investigado pela Polícia Federal (PF) por suposto crime de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos ou valores. A corporação pediu, oficialmente, abertura de inquérito junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para apurar o caso. O STJ é o tribunal responsável pela análise de ações que envolvem chefes dos executivos de Estado.   O pedido de investigação, que corre em segredo de Justiça, é um desdobramento da operação Acrônimo, responsável por apurar suspeitas de desvio de recursos públicos para campanhas eleitorais. Embora não seja possível acompanhar o processo com detalhes pelo site do tribunal, uma fonte diretamente ligada ao assunto confirmou o recebimento do inquérito pelo STJ.    O ministro Herman Benjamin é o relator escolhido. Agora, a expectativa é a de que ele peça para o Ministério Público Federal (MPF) se manifestar sobre as suspeitas contra o governador de Minas.    Por meio de nota, a assessoria de imprensa de Pimentel afirmou que ele não foi notificado. “O governador nega com veemência qualquer irregularidade na origem dos recursos utilizados na campanha ao Governo de Minas Gerais em 2014, assim como o seu envolvimento em qualquer atividade ilícita ou não declarada”, diz o texto.   Em maio, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, foi preso suspeito de desviar recursos públicos para candidatos. Depoimentos foram colhidos e o material apreendido traz indícios da ligação de Pimentel com o caso.    Primeira-dama   A esposa de Pimentel, Carolina Oliveira, também é investigada na operação Acrônimo. Segundo a PF, Carolina teria uma empresa fantasma, localizada na mesma sala onde uma firma de Bené operava, em Brasília.    O advogado da primeira-dama, Pierpaolo Bottini, negou o crime e publicou em um site documentos que comprovariam que a empresa dela teria ocupado a sala antes da instalação da companhia de Bené. “Não existiam duas empresas no mesmo lugar. Existia a empresa da Carolina Oliveira, que exerceu as atividades até julho de 2014 e depois disso o imóvel foi deixado e ocupado por outra empresa, a PP & I. Esta sim, investigada no inquérito”, disse Bottini, no início de junho.   No endereço eletrônico, há cópia do termo de encerramento contratual do aluguel da sala onde funcionava a agência de comunicação da primeira-dama, datado de 20 de julho do ano passado e assinado pelo responsável pela Rafael Souza Empreendimentos Imobiliários.    Nas nuvens   A PF também investiga atuação de Bené na operação do caixa dois de campanhas em Minas. Os investigadores suspeitam que os R$ 113 mil apreendidos em outubro passado no avião de Bené, que partiu de BH a Brasília, seria usado em campanhas.    O ex-deputado federal petista Virgílio Guimarães e o filho dele, o deputado federal Gabriel Guimarães (PT), estiveram a bordo da mesma aeronave, um dia antes da apreensão. Em entrevista ao Hoje em Dia no começo do mês, Virgílio afirmou que ele e o filho usaram o avião para ir a Curvelo, na região Central, agradecer aos eleitores pela vitória de Gabriel.    (*Com agência)

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