PF prende presidentes de Odebrecht e Andrade Gutierrez na 14ª fase da 'Lava Jato'

Hoje em Dia (*)
19/06/2015 às 08:36.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:32
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (19), a 14ª fase da Operação 'Lava Jato'. Os alvos são a Construtora Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez - duas das maiores empreiteiras do país, suspeitas de corrupção e cartel. Os empresários Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira, Márcio Farias e Rogério Araújo, da Odebrecht, foram presos nesta manhã. Batizada de Erga Omnes, a ação conta com cerca de 220 policiais federais, que pretendem cumprir 59 mandados judiciais – 38 mandados de busca e apreensão, 9 mandados de condução coercitiva, 8 mandados de prisão preventiva e 4 mandados de prisão temporária em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Em Belo Horizonte, a PF realiza buscas no escritório da empreiteira Andrade Gutierrez, no bairro Cidade Jardim, zona Sul de Belo Horizonte. Os primeiros policiais chegaram ao local por volta das 6h, e receberam reforço às 9h45. Cinco viaturas estão estacionadas na porta da empresa. Os policiais ainda não conversaram com a imprensa e não há previsão de quando irão se pronunciar.

Também são alvos os executivos Paulo Dalmaso e Elton Negrão, da Andrade Gutierrez, além do presidente da empresa, Otavio Azevedo, também preso. A pedido do Ministéiro Público Federal e da Polícia Federal o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, expediu mandados de prisão preventiva e temporária dos executivos. Todos eles serão levados à Superintendência da PF, em Curitiba.

Os investigadores pediram a prisão dos executivos da Odebrecht com base em indícios de que a empresa pagou propina ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, entre outros, no exterior. Em depoimentos da delação premiada, Paulo Roberto disse ter recebido mais de US$ 23 milhões da Odebrecht na Suíça. O suborno teria sido pago por intermediários.

Conforme a PF, os investigadores pediram a prisão dos executivos da Odebrecht com base em indícios de que a empresa pagou propina ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, entre outros, no exterior. Em depoimentos da delação premiada, Paulo Roberto disse ter recebido mais de US$ 23 milhões da Odebrecht na Suíça.

Odebrecht

Um dos locais é a sede da Odebrecht, em São Paulo. No fim de maio, a maior empreiteira do país afirmou à Polícia Federal, em petição, que "não participa de esquemas ilícitos, menos ainda com a finalidade de pagar vantagens indevidas a servidores públicos ou executivos de empresas estatais". A empresa rechaçou com veemência suspeitas sobre contratos com a Petrobras.

Em depoimento, o doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava Jato, afirmou que, além de operar propinas da empreiteira Andrade Gutierrez no esquema de desvios na Petrobras, também operou US$ 600 mil do Caixa 2 da empresa às vésperas de ser pego na operação.

Segundo o delator, a movimentação teria sido realizada no final de 2013 e início de 2014 e atendido inclusive a um pedido da diretoria da empreiteira na Venezuela. "Foi uma operação de US$ 300 mil que mandei para a DGX (conta utilizada pelo doleiro no exterior) e duas operações de US$ 150 mil, que não têm nada a ver com a Petrobras", relatou.

(*) Com agências

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