(José Cruz)
A Polícia Federal (PF) sugeriu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do inquérito contra o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) no âmbito da Operação "Lava Jato". O relatório da PF afirma que não há "indícios mínimos de autoria e materialidade" para prosseguir com o processo. O pedido de arquivamento foi enviado no dia 29 de setembro ao ministro do STF Teori Zavascki, relator da "Lava Jato" na Corte. Antes de uma decisão de Teori o relatório ainda precisa ser analisado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pode endossar ou não o posicionamento da PF.
Lindbergh é investigado pelos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro. Ele foi acusado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de ter recebido R$ 2 milhões de origem ilegal durante sua campanha para o Senado, em 2010. Segundo Costa, o dinheiro teria sido entregue pelo doleiro Alberto Youssef, que, por sua vez, negou ter intermediado a entrega dessa quantia. De acordo com o delegado Luiz Gustavo de Souza Carvalho, que assina o documento da PF, nenhum dos executivos das construtoras que doaram para a campanha de Lindbergh confirmaram o depoimento de Costa. Foram ouvidos representantes da Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Engevix, Carioca, UTC, Iesa Óleo e Gás e Setal Engenharia.
"Nenhum dos executivos ouvidos no bojo deste apuratório, inclusive na condição de colaboradores, foi capaz de corroborar a narrativa que ensejou a instauração do presente inquérito, ou ao menos de que as contribuições tivessem origem ilícita. Portanto, ausentes indícios mínimos de autoria e materialidade relato o presente feito no estado em que se encontra, sugerindo o arquivamento do mesmo", diz o documento.Leia mais:
Lindbergh diz que se Cunha fizer delação, Temer não se sustenta por um dia
Justiça marca depoimento de Vanessa Grazziotin, testemunha de Lula na 'Lava Jato'
Investigação da PF indica que suspeitos de fraude tinham gabarito do Enem