O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu nesta quinta-feira, 27, que o Supremo Tribunal Federal (STF) mantenha a condenação do ex-deputado João Paulo Cunha (PT-SP) pelo crime de lavagem de dinheiro no processo do mensalão. Para ele, foi montada uma estratégia de lavagem de dinheiro de forma a não identificar os beneficiários diretos dos saques no Banco Rural. Após a manifestação de Rodrigo Janot sobre o recurso de três condenados por lavagem de dinheiro, o Supremo adiou a votação sobre o pedido para o dia 13 de março. A decisão decorre do fato de que a Corte não está esta tarde com sua composição completa.
No recurso de João Paulo Cunha, a defesa do petista argumentou que João Paulo não teve a intenção de ocultar recursos de origem supostamente ilícita ao enviar a mulher, Márcia Regina, para buscar R$ 50 mil numa agência do Banco Rural em Brasília. Contudo, o chefe do Ministério Público Federal disse que, ainda que o saque não tivesse sido feito pela mulher do ex-parlamentar, e se o próprio João Paulo tivesse realizado, a ocultação estaria configurada.
"O fato de ter havido o levantamento (saque) da esposa do beneficiário da acusação, ao contrário de demonstrar uma vontade explícita de apresentar o (responsável pelo) saque do recurso, data vênia, apresentou uma forma simplória de completar o sistema de ocultação", afirmou. Rodrigo Janot também se manifestou a favor de se manter as condenações por lavagem de dinheiro do ex-assessor do PP João Claudio Genu e do ex-corretor Breno Fischberg.
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