Plano de governo de Januária gera polêmica por pontos incoerentes

O projeto que discute o novo plano governamental de Januária, no Norte de Minas, tem causado polêmica no município. Elaborado pelo Executivo, chama a atenção pelos assuntos abordados: defesa de fronteiras, relações exteriores e até diplomáticas. A suspeita é de que os responsáveis pela elaboração da peça tenham copiado o texto de outra instituição.

O Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) para o quadriênio 2014/2017 é uma ferramenta para que o município crie diretrizes e planeje investimentos em diversas áreas para a gestão municipal. Dentre as ações previstas está à prospecção de petróleo, política industrial, manutenção de rodovias e cooperação internacional. “São coisas que não fazem e nunca fizeram parte da realidade da cidade. Um absurdo”, disse a educadora Joana de Moura Costa, de 46 anos.

Na peça, de mais de 1.000 páginas, o Executivo estima um gasto de R$ 87 milhões em 2014 logo após a aprovação do plano. “Parece que nem os vereadores tiveram o trabalho de ver sobre o que estava em votação”, disse o membro do Comitê de Combate a Corrupção em Januária, João Fernando.

Para barrar a votação do projeto sem alteração, moradores de Januária solicitaram uma audiência pública. Após a reunião, a peça, que deveria entrar na pauta de votação para o segundo turno, foi retirada para análise.

O prefeito Manoel Jorge admite que há pontos incoerentes no projeto. “Não sabemos o que aconteceu. Mas acredito que foi má interpretação”, disse. Ainda segundo o gestor, a Prefeitura irá analisar a peça para que possa voltar à votação.

Apesar da polêmica, a Câmara Municipal nega que o projeto tenha sido elaborado de maneira errada. A Câmara está analisando o projeto e as emendas propostas durante audiência pública.

Nenhum vereador foi localizado para falar sobre o assunto.