PMDB deve apoiar DEM em Salvador

Denise Madueño
09/10/2012 às 19:19.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:57

O PMDB deve apoiar o candidato do DEM à prefeitura de Salvador, ACM Neto, na disputa em segundo turno com o petista Nelson Pelegrino, contrariando a aliança nacional do partido. Esse acordo com a oposição ao governo federal vai resultar na saída de Geddel Vieira Lima, líder peemedebista na Bahia, de uma das vice-presidências da Caixa Econômica Federal. O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), afirmou que o partido respeita as decisões locais da legenda.

"Há uma tendência muito forte de fechamento com ACM Neto pela decisão local", afirmou Raupp, que conversou com Geddel e com o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), também líder do partido no Estado. O apoio do PMDB a ACM Neto está relacionado ao compromisso do DEM em apoiar o grupo de Geddel na disputa pelo governo do Estado em 2014. Geddel é adversário do governador da Bahia, o petista Jaques Wagner.

Em conversa com Raupp, Geddel antecipou que deixará o cargo na Caixa, uma das cotas do partido no governo federal, se apoiar ACM Neto contra o PT em Salvador. "Ele (Geddel) vai fazer isso automaticamente. Ele comentou isso comigo", afirmou Raupp. Geddel ocupa a vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa. A presidente Dilma Rousseff deverá participar da campanha de Nelson Pelegrino no segundo turno. No domingo, ACM Neto chegou na frente com 40,17% dos votos válidos e Pelegrino, com 39,73%.

Raupp e o presidente do PT, Rui Falcão, vão se reunir na quinta-feira para tratar das alianças no segundo turno. Das 16 cidades em que o PMDB disputa em segundo turno, em quatro o adversário é petista: Vitória da Conquista (BA); Juiz de Fora (MG); Petrópolis (RJ); e Mauá (SP). Em Campina Grande (PB), o PT se alinhará com o PMDB, que concorre à prefeitura contra um candidato do PSDB.

O presidente do PMDB declarou ser natural o crescimento do PSB, mas que a legenda não se sente ameaçada em seus espaços no governo federal nem na disputa em 2014 pelo partido do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Para Raupp, deverá ser reeditada a chapa com Dilma Rousseff na presidência e Michel Temer (PMDB) na vice-presidência. "A chance da reeleição da chapa é muito grande", disse, descartando uma candidatura própria do PMDB para Presidência da República.

De acordo com Raupp, o partido anunciará na quinta-feira o apoio ao candidato do PT em São Paulo, Fernando Haddad. Ele disse desconhecer qualquer acordo que envolva participação do candidato derrotado Gabriel Chalita (PMDB) em uma eventual secretaria de Haddad em troca do apoio. Raupp também afirmou que não é momento para falar de aumento na participação do partido em cargos do governo federal.

Raupp fez um balanço positivo do resultado das eleições para o PMDB. Foram eleitos 1.020 prefeitos, em torno de 300 a mais do que o segundo partido colocado, o PSDB. O partido ficou em segundo lugar no número de votos, mais de 16 milhões, atrás do PT.
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