Após jantar com Renan Calheiros (PMDB-AL) na noite desta quarta-feira (9) o senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu a função estratégica do PMDB na condução do processo que pode levar ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Não é segredo para ninguém que o PMDB tem um papel estratégico na saída e na governabilidade pós-solução para esse impasse", afirmou.
Segundo o presidente do PSDB, a conversa teve a dimensão adequada para os dois partidos, que buscam uma solução para a crise política. "Talvez tenha sido o início de uma conversa que nós pretendemos continuar", afirmou. O senador, entretanto, não poupou o PMDB da pressão de deixar o governo e afirmou que o partido terá responsabilidade com os rumos do País.
"O que percebo é que o próprio PMDB sabe que o Brasil vive em ebulição e eles terão, amanhã, contas para prestar com a própria história", afirmou. Ainda de acordo com Aécio, setores do PMDB já sinalizam saída do governo. "Vejo setores importantes do PMDB já compreendendo que, mesmo com a solidariedade pessoal que possam ter à presidente, com ela não tem solução."
O jantar foi realizado na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e contou com a presença da cúpula do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), Renan e Romero Jucá (RR). Além de Aécio, também compareceram os tucanos Cássio Cunha Lima (PB), José Serra (SP), Antonio Anastasia (MG), Aloysio Nunes (SP) e o recém filiado Ricardo Ferraço (ES).
Apesar das impressões de Aécio sobre possível debandada do PMDB para a oposição ao governo, Renan tem adotado discurso mais ameno. Nesta manhã, o presidente do Senado afirmou que o PMDB deve ter muita responsabilidade com as sinalizações que pode transmitir durante a convenção nacional que será realizada no próximo sábado. Segundo Renan, o posicionamento do partido pode agravar ou diminuir a crise.