Polícia Federal investiga João Lyra por trabalho escravo em usina

Amália Goulart - Hoje em Dia
08/07/2013 às 06:50.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:50

Com R$ 240 milhões declarados à Justiça Eleitoral, o deputado mais rico do país é investigado pela Polícia Federal (PF) por manter trabalhadores em situação análoga à de escravos em Minas Gerais. O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou os federais a abrirem inquéritos para investigar denúncias apuradas pelo Ministério Público Federal e autuações do Ministério do Trabalho em duas fazendas de João Lyra (PSD/AL) em território mineiro. Uma delas fica em Canápolis, no Triângulo Mineiro, e a outra em Ipatinga, no Vale do Aço.
 
O inquérito mais recente foi aberto no dia 24 de junho. Ele dá notícia de uma autuação feita pelo Ministério do Trabalho na fazenda da Sociedade de Agricultura e Pecuária (Sapel), do grupo João Lyra, em Canápolis. Lá, trabalhadores rurais teriam sido mantidos em situação precária. Usineiro de renome nacional, o parlamentar tem empresas no setor sucroalcoleeiro em três Estados. Ele é pai de Tereza Collor, viúva de Pedro Collor.
 
“Diz terem sido encontrados, em fazenda localizada na zona rural do município de Canápolis, Estado de Minas Gerais, diversos trabalhadores submetidos a condições precárias de trabalho, alojamento, higiene e alimentação”, relata o ministro Marco Aurélio Melo no despacho pela abertura do inquérito, referindo-se às informações prestadas pelo delegado da PF de Uberlândia, Laerte Gonçalves Neto. O policial disse que não poderia fornecer informações sobre as investigações.
 
Há no STF outra investigação em curso contra a atuação do grupo João Lyra em Minas Gerais. A PF de Ipatinga apura a manutenção de trabalhadores em situação precária na região. O inquérito foi aberto em novembro de 2012.

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