(DENISE ANDRADE/ESTADÃO CONTEÚDO)
O PPS pediu que a ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, seja convocada pela Comissão Representativa do Congresso Nacional para dar explicações, do Ministério da Fazenda, sobre as suspeitas de irregularidades apontadas durante a operação Porto Seguro, da Polícia Federal. De acordo com a Secretaria-Geral da Mesa do Congresso, o requerimento do PPS precisa ser lido em sessão, mas ainda não há data prevista para convocação da Comissão Representativa.
Rosemary Noronha foi acusada de integrar um esquema de venda de pareceres em órgãos do governo federal, conforme as investigações da PF. Por causa disso, ela está proibida de deixar o país. Denúncias publicadas pela imprensa apontam que Rosemary teria se envolvido em negociações para definir diretorias do Banco do Brasil e do fundo de pensão dos seus funcionários; e teria atuado na compra do banco Nossa Caixa pelo BB.
Sigilos
Nesta quarta-feira (9), o PPS vai pedir ao Ministério Público Federal em São Paulo a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Rosemary. O líder do partido, deputado Rubens Bueno (PR), disse que a medida é necessária para esclarecer se ela realmente cometeu tráfico de influência.
"Ninguém está acusando ninguém, mas é preciso investigar para dar, ao ex-presidente Lula, condições de não ser permanentemente acusado de participar de negociações como essas”, disse o líder.
Para o líder do PT, deputado José Guimarães (CE), não há necessidade de convocar a Comissão Representativa do Congresso: "Nós já discutimos esse assunto no semestre passado e todos os requerimentos foram derrotados. A oposição não tem bandeira, não tem agenda, não tem pauta, e fica se aproveitando dessas coisas para tentar desviar as atenções da discussão política sobre a economia que o governo está fazendo."