(Carlos Roberto)
Primeira agenda no interior mineiro depois que decidiu assumir a pré-candidatura ao Palácio Tiradentes, a visita do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), a Juiz de Fora, na Zona da Mata, acabou se tornando motivo de revolta para aliados petistas. O problema é que a viagem ao município faz parte de um programa financiado pela Federação das Indústrias (Fiemg) e pelo governo de Minas.
A parceria com a federação ocorre um ano depois de uma série de denúncias envolvendo R$ 1 milhão em serviços pagos pela Fiemg à empresa de Pimentel, a P21 Consultoria e Projetos Ltda.
Pimentel participa nesta sexta-feira (1º) do projeto Rotas para o Futuro, na sede regional da Fiemg, onde fará palestra aberta a empresários, formadores de opinião e sindicalistas sobre o desenvolvimento regional e a economia brasileira.
Para o programa está prevista uma série de viagens pelo interior do Estado, quando serão realizados debates sobre economia e indústria. Segundo a Fiemg, os palestrantes são escolhidos de acordo com as demandas regionais e eles não receberão pelas palestras.
Antes de seguir para a palestra, Pimentel se encontra com o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) em audiência fechada.
Na última quinta-feira (28) os dirigentes da Fiemg já haviam desembarcado em Juiz de Fora.
O convite
Antes considerada uma agenda “positiva” para o ministro, já que a partir de agora ele pretende intensificar sua presença em Minas, um convite formal enviado aos petistas deflagrou a série de questionamentos. O motivo é justamente o vínculo com o governo de Minas, que deve lançar candidato à sucessão de Antonio Anastasia (PSDB). O vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) é tido como o nome mais viável para a disputa em 2014.
“Não estávamos sabendo que a agenda em Juiz de Fora era bancada pela Fiemg e pelo governo estadual. Levamos um susto quando recebemos o convite. Eu não entendo o Pimentel”, desabafou um deputado petista.
Outro correligionário foi além. “Ele acaba de assumir que é candidato, diz que vai ‘botar o bloco na rua’ e já começa aliado com o Palácio?”, questionou o petista que pediu para não ter seu nome divulgado.
Para os petistas, a “parceria” com o governo tucano veio em hora ruim, pois na segunda-feira o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) desembarcou na capital para reforçar a pré-candidatura do senador Aécio Neves à Presidência, e criticou duramente o PT e Dilma Rousseff (PT).