O prefeito reeleito de Materlândia, no Vale do Rio Doce, Marques Pinho (PMDB), teria criado uma nova forma de ganhar a “simpatia” dos eleitores da cidade: patrocinar com material de construção a reforma de suas casas e prometer terminar as obras apenas depois de reeleito.
Com base em depoimentos de 30 moradores, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o prefeito e seu vice, Leonardo Araújo (PHS), que teriam cometido uma série de irregularidades durante os meses de junho e setembro de 2012, em plena campanha eleitoral. Além da cassação dos diplomas, o MP pede pagamento de multa e inelegibilidade dos réus por oito anos.
“Oportunamente, (o prefeito) paralisou a entrega dos benefícios apenas dias antes da eleição, sob a justificativa de que no ‘período eleitoral’ não podiam doar materiais ou efetivar obras. Mas caso o prefeito se reelegesse as obras teriam continuidade e as casas inacabadas seriam terminadas”, denunciou o MP.
Durante seu primeiro mandato, o prefeito sancionou uma lei criando uma série de benefícios assistenciais, como pagar aluguel, distribuir material de construção, para atender moradores da cidade que estivessem em situação de risco ou de extrema pobreza. Na época foi criado um cadastro dessas famílias, mas elas nunca foram atendidas pela prefeitura.
Repentinamente, entre os meses de junho e setembro de 2012, o prefeito e seu vice decidiram visitar pessoalmente as casas dos moradores para distribuir tais benefícios.
Além de decidirem fazer valer a lei em pleno período eleitoral, a maioria dos beneficiados era de pessoas com padrão de vida acima do que a lei municipal permitia, segundo denunciou a promotoria.
Vários laudos sem perícia das casas que seriam beneficiadas foram emitidos, distribuindo, segundo concluiu o MPE, indiscriminadamente mão de obra, material de construção e pagamento de aluguel em troca de votos.