A presidente Dilma Rousseff disse ontem, 11, que ainda aguardava um posicionamento dos Estados Unidos a respeito das denúncias de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA) americana, sobre sua comunicação pessoal e a Petrobrás. O Planalto tinha expectativa de receber uma resposta do governo americano ontem à noite. Dilma não disse se manterá a visita oficial de Estado a Washington em outubro.
"Vou esperar agora a resposta do governo(americano). Quando eu souber, eu falo", afirmou, em rápida entrevista ao fim de uma visita ao estaleiro Inhaúma, no Rio, onde estão sendo feitas obras em uma plataforma para a Petrobrás.
Perguntada por jornalistas, se limitou a confirmar viagem aos Estados Unidos para abrir a Assembleia Geral das Nações Unidas, tradicionalmente inaugurada pelo presidente do Brasil. A sede da ONU fica em Nova York. "O que tenho a dizer é que eu abro a Assembleia Geral da ONU", disse.
A presidente da Petrobrás, Graça Foster, também presente ao evento, defendeu a qualidade do sistema de proteção de informações da companhia e disse que o Brasil é um "País tranquilo", sem ameaças terroristas que poderiam justificar atos de espionagem.
O eventual cancelamento da visita de Dilma Rousseff aos Estados Unidos no próximo mês teria impacto negativo para os dois lados e prejudicaria o processo de fortalecimento da relação bilateral em andamento desde o início da gestão da presidente, em 2011, avaliam especialistas ouvidos pela reportagem.
A tentativa de viabilizar a viagem teve um capítulo crucial ontem, com o encontro do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, e a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice, em Washington.
"Os governos do Brasil e dos Estados Unidos precisam decidir se vão deixar o diálogo bilateral continue a ser refém de um jornalista, que poderá divulgar novas informações quando quiser", afirmou Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do Wilson Center, em referência a Glenn Greenwald, colunista do The Guardian, que divulgou documentos sobre a inteligência americana em poder do ex-técnico da NSA Edward Snowden.
A visita terá um caráter simbólico importante, observou Peter Hakim, do Inter-American Dialogue. "Essa é a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro aos Estados Unidos desde Fernando Henrique Cardoso e a única programada pela Casa Branca para este ano", ressaltou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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