(Carlos Henrique/Hoje em Dia)
Em meio a uma crise financeira, apontada como sendo a responsável pelo atraso dos salários dos servidores pelo menos até o mês de março, o governo de Minas vai lançar mão de uma medida prometida desde o ano passado para tentar amenizar o arrocho dos cofres públicos. A proposta de reforma administrativa, que visa a cortar custos por meio da extinção de cargos, será encaminhada à Assembleia Legislativa no início do ano legislativo, previsto para 1º de fevereiro.
A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) confirmou a informação, mas não detalhou o conteúdo da proposta. Em nota, a assessoria de imprensa da pasta afirmou apenas que “na ocasião, as medidas de contenção serão anunciadas”. A possibilidade de votação da reforma chegou a ser aventada no ano passado, mas acabou sendo postergada.
Agora, dada a gravidade da situação, o assunto está sendo discutido até mesmo antes do retorno dos parlamentares ao trabalho. Nos bastidores, já se articula a melhor forma de excluir secretarias e cargos para enxugar os gastos. O debate estaria centralizado entre o governador Fernando Pimentel e o presidente da Assembleia, deputado Adalclever Lopes (PMDB).
PROTESTO – Eletricitários pedem fim da terceirização durante tentativa de cerco ao Palácio da Liberdade (Foto: Carlos Henrique/Hoje em Dia)
O Hoje em Dia tentou contato com o deputado para repercutir o fato, mas ele não foi localizado. Outro peemedebista, o deputado Ivar Nogueira diz não saber os termos da reforma administrativa, mas confirma que o tema está sendo discutido. “Não sei como vai ser (a reforma), mas o assunto está rolando. O que ouvi dizer é que, assim que acabar o recesso, isso será colocado em discussão na Casa. A votação deve acontecer ainda neste semestre”, diz o deputado.
Parlamentares governistas foram procurados para falar sobre a articulação em curso para a reforma, mas não foram localizados para comentar o assunto. Integrante da oposição, o deputado João Leite (PSDB) alega que, pelas medidas tomadas até o momento, o governo não tem mais credibilidade junto à população e ao Legislativo.
“Foram criadas quatro novas secretarias com muitos cargos comissionados e agora o governo vem falar em economia e contenção de gastos. É uma medida tardia. Não existe governo sem planejamento, e este está atirando para todos os lados”, critica o tucano.