(Eugênio Moraes)
O tempo de propaganda partidária do PSB em Minas Gerais será cedido ao pré-candidato à Presidência Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, e à candidata a vice, a ex-ministra Marina Silva. Essa iniciativa deverá se repetir nos demais estados, de acordo com o presidente do partido em Minas, Júlio Delgado. Em junho, Eduardo Campos aparecerá em todas as vinhetas e comerciais do partido. “O nosso objetivo é garantir o PSB no Estado, seja uma chapa proporcional com uma boa aliança ou com candidatura própria, um palanque de destaque para Eduardo e Marina”, afirmou Delgado durante encontro de pré-candidatos à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa, nesse sábado (10), na Câmara Municipal de BH. “Campos e Marina não são mineiros. É preciso fazer com que eles sejam conhecidos e nada melhor que oferecermos nosso tempo de TV”. Implosão Nacionalmente, o PSB liberou seus quadros para instigarem o movimento de aliados que tentam implodir o acordo de formação de palanque conjunto entre PSB e PSDB em Minas Gerais e Pernambuco. “Finalmente estamos sendo tomados pelo óbvio e ululante: que Campos precisa ter o maior número de candidatos”, afirma o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral. “Em Minas, uma candidatura nossa (PSB) seria ainda mais útil do que em São Paulo. Lá, é claro que o Pimenta (da Veiga, pré-candidato do PSDB ao governo) vai trabalhar só pelo Aécio, e do outro lado tem o PT. Falta a terceira via para dividir espaço”, reforça Márcio França, presidente do PSB-SP e próximo de Campos. Ele advoga tese de romper a negociação de aliança com os tucanos em Minas e lançar a candidatura do deputado Júlio Delgado. “Qualquer terceira via viável terá 15%, 20% dos votos e o Júlio Delgado é um ótimo nome porque é bem votado, tem uma base forte em Juiz de Fora e o respeito político pela boa votação para a presidência da Câmara”, afirma. Com o cuidado de repetir que as alianças estaduais não precisam necessariamente seguir o quadro nacional, o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, ressalta que a aliança com Aécio não é um fato consumado. “Quem foi que disse que não vai ter candidatura do PSB em Minas? Há uma discussão intensa lá e espero que seja proveitosa para encontrar o melhor caminho para o projeto nacional”, afirma. Para os tucanos mineiros, porém, a hipótese de um rompimento da aliança é remota. “O PSB é um aliado do PSDB em Minas. O plano regional tem outra dinâmica”, afirma o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro. Candidatura de Heringer na pauta O encontro deste sábado (10) do PSB em BH também serviu para tentar cravar a candidatura do professor e ambientalista Apolo Heringer ao governo de Minas. “O PSB tem identidade e deve lançar candidato próprio. O partido tem tudo para se tornar uma terceira força nesta eleição”, disse o ex-vereador Paulinho Motorista, que pretende chegar à Câmara dos Deputados. Outro pré-candidato que defende o nome do professor ao governo de Minas é Weliton Congonhas, o Leleco, de olho na Assembleia Legislativa. “A candidatura do Heringer é uma renovação no cenário político”. A convenção estadual do PSB será na última semana de junho. Até lá, o desafio de Heringer é convencer correligionários de que seu nome pode garantir um palanque forte para Eduardo Campos no Estado. “Esperei a decisão do Marcio Lacerda de ficar na prefeitura e o aval de Campos. Agora é a hora de mudar a sigla partidária no governo”. (*) Com Agência Estado