Um estreante em eleições que dispara nas pesquisas de intenção de voto e um veterano que se equilibra entre a perda de eleitores e o partido em pé de guerra são os principais candidatos à prefeitura da capital pernambucana. A real disputa de forças, porém, acontece entre o governador Eduardo Campos (PSB), que dá mais um passo nos planos de se consolidar como liderança nacional, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preocupado com o desgaste do PT em seu Estado natal, com o mau desempenho do partido em capitais do Nordeste e o possível reflexo na sucessão presidencial em 2014.
Responsável pela candidatura e mentor da campanha do ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Geraldo Julio, Eduardo Campos é a estrela do horário eleitoral gratuito e iniciou na semana passada as atividades na rua ao lado do afilhado. Lula se destaca na propaganda de seu ex-ministro da Saúde e hoje senador Humberto Costa e é esperado no Recife, mas não acertou a data. A visita do ex-presidente é um dos vários pontos de conflito entre os petistas.
Escolhido depois de longo embate entre o PT municipal e a direção nacional, Costa é companheiro de partido do atual prefeito, João da Costa, que, impedido de disputar a própria reeleição, afastou-se da campanha. Para o candidato petista não chega a ser um prejuízo, já que o prefeito é mal avaliado, considerado ruim ou péssimo por 36% dos recifenses, segundo o Datafolha.
Em seu discurso, o candidato do PT exalta as qualidades da administração do também petista João Paulo Lima e Silva (2001-2008), agora candidato a vice-prefeito, e tenta "apagar" os últimos três anos e oito meses da gestão João da Costa. Na quinta-feira, em caminhada por Vila Tamandaré, na periferia da capital, um morador reclamou do lixo nas ruas. "É um absurdo", respondeu o candidato. Um assessor do petista chegou a dizer que o descaso parecia feito "de propósito" pela prefeitura.
Na campanha do PSB, o momento é de euforia com a disparada do candidato escolhido pelo governador para enfrentar o PT. O último Ibope mostra que Geraldo Julio cresceu de 16% para 33% em 18 dias, mesmo período em que Humberto caiu de 32% para 25%. Em julho, Geraldo entrou na campanha com 5%, e Humberto tinha 40%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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