PSB prepara crítica à proposta do plebiscito sobre reforma política

Angela Lacerda
02/07/2013 às 06:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:40

Coincidência de eleições em todos os níveis com mandatos de cinco anos - de vereador a presidente -; fim da reeleição para os cargos executivos e coligações semelhantes em todos os âmbitos da eleição são alguns dos pontos a serem defendidos pelo PSB em um documento a ser divulgado depois da reunião da executiva nacional, , em um hotel do Recife, com previsão de término na madrugada desta terça-feira (2).

O partido discute o momento nacional e deve criticar a pressa do governo federal e do PT em realizar um plebiscito sobre reforma política; e prega que qualquer modificação nas regras eleitorais deve ter validade a partir de 2018. Para o PSB, discutir financiamento de campanha e voto fechado, por exemplo, além de confundir a população, já que a maioria não conhece o assunto, pode não fazer parte do que a população realmente quer.

Cerca de 50 pessoas participaram da reunião, presidida pelo governador de Pernambuco e presidente nacional do partido, Eduardo Campos. Dos seis governadores, Cid Gomes, do Ceará, foi o único ausente, mas seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes esteve presente.

De acordo com o líder do PSB na Câmara Federal, Beto Albuquerque, o PT não pode querer fazer um plebiscito "de afogadilho", com questões que interessam apenas ao PT. "O Congresso deve abrir canais de diálogo, ferramentas de interação com a sociedade", defendeu ele, antes do início do encontro.

"Um plebiscito só é legitimo se tiver espaço para colher do povo o que ele quer opinar", destacou. Segundo ele, além de analisar o cenário nacional, o partido iria definir orientações a serem adotadas por governadores, prefeitos e vereadores da legenda "que possam ir ao encontro do povo", a exemplo da transparência e interação com a população através de portais digitais a serem criados. "As pessoas querem ser ouvidas e tem de ter ferramentas para isso".

O impedimento de coligações diferentes para presidente, governador, prefeito obriga, de acordo com Albuquerque, a se ter coerência nacional nas alianças, "o que não existe hoje" e promove o fortalecimento dos partidos. O PSB também é contra a candidatura avulsa, porque, segundo ele, "é uma negação da existência dos partidos".
"A mesma população que mostrou rejeição aos partidos, deve ajudar a melhorar as legendas, porque não existe democracia sem partidos políticos", defendeu ele.

Também participaram da reunião os governadores Ricardo Coutinho (PB), Renato Casagrande (ES), Wilson Martins (PI) e Camilo Capiberibe (AP), o líder do Senado Rodrigo Rollemberg, os deputados Luíza Erundina (SP), Márcio França (SP) e Júlio Delgado (MG), o vice-presidente do partido, Roberto Amaral e o secretário-geral Carlos Siqueira, além de três prefeitos.
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