O PSDB paulista está explorando politicamente a relação do ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao governo paulista, Alexandre Padilha (PT), com o deputado petista licenciado André Vargas (PR). Segundo a Polícia Federal, o parlamentar teria auxiliado uma empresa do doleiro Alberto Youssef a firmar contratos com a pasta.
Depois de localizar um vídeo da campanha de 2010 no qual Padilha pede votos para Vargas no horário eleitoral do Paraná, os tucanos fizeram uma edição do material, adicionaram recortes de jornais e revistas e finalizaram o vídeo com imagens de hospitais lotados.
O material não tem a chancela "oficial" da sigla, mas foi produzido por um "núcleo de ativismo digital" do PSDB no Estado, que é liderado pelo vereador paulistano Floriano Pesaro.
Em seguida, o material foi postado na internet em diversas páginas do Facebook, no Twitter e no Youtube. "Queremos mostrar o nível de irresponsabilidade do ex-ministro Alexandre Padilha. Ele foi avalista de um sujeito que é sócio um dos maiores doleiros do Brasil que está sendo investigado pela Polícia Federal", diz Pesaro.
Estratégia
Na gravação, Padilha diz que Vargas deveria ser eleito deputado federal porque "defendeu Lula e vai defender Dilma". A estratégia do PSDB, que tentará reeleger o governador Geraldo Alckmin, é colar a imagem do pré-candidato petista a André Vargas. Com isso, o partido espera esvaziar eventuais ataques ligando o PSDB ao cartel que atuou no setor metroferroviário do Estado entre 1998 e 2008.
A assessoria de Alexandre Padilha preferiu não se pronunciar sobre a ação realizada pelo PSDB. O ex-ministro até o momento também não se manifestou sobre as supostas ligações de André Vargas com o doleiro Alberto Youssef.
Mas interlocutores da legenda lembram que em 2010, quando o vídeo foi feito, Padilha era ministro das Relações Institucionais e gravou dezenas de vídeos para candidatos petistas de todos os Estados.
O doleiro Alberto Youssef foi preso em março pela operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga esquema de lavagem de dinheiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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