Lançada publicamente pelo governador Geraldo Alckmin logo após a vitória de João Doria no primeiro turno na capital paulista, a proposta de realizar prévias no PSDB para definir o candidato do partido na eleição presidencial de 2018 não está regulamentada pela legenda tucana.
Aliados do governador paulista reconhecem, em caráter reservado, que a ideia tem por objetivo apenas "colocá-lo" no jogo e marcar posição na disputa interna do partido. Questionada pelo Estado sobre qual seria o modelo de prévia, a assessoria do PSDB nacional informou que não há "nenhuma norma vigente" sobre a realização da eleição interna que tenha sido aprovada pela Executiva Nacional da sigla.
Apesar de defender a realização da disputa interna, Alckmin não fez nenhum tipo de abordagem dentro do partido até o momento. O debate não é novo no PSDB. Entre 2009 e 2010, era Aécio Neves quem defendia a proposta e Serra, então o preferido da máquina partidária, quem a combatia. A pressão do então governador mineiro foi tão intensa, que o Diretório Nacional do PSDB chegou a contratar uma consultoria.
A ideia era de que todos os filiados maiores de 16 anos teriam direito a voto e o partido faria um recadastramento das filiações. Com base nesse documento, o então presidente do partido, Sérgio Guerra, editou uma resolução, que já não vale mais.
"A resolução editada em 2009 referia-se especificamente à escolha de candidatos para a eleição presidencial de 2010 e não chegou a ser aplicada, pois não houve necessidade de realização de prévias", informou o partido. Em 2013, um ano antes da eleição presidencial, o tema voltou a dominar o debate interno, mas com sinais trocados. Eleito senador e presidente nacional do partido, Aécio passou a ser pressionado por Serra com a proposta de realizar uma eleição interna. Mais uma vez, a ideia não saiu do papel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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