PT e PSDB continuam bate-boca sobre 'herança maldita'

João Domingos e Eduardo Bresciani
04/09/2012 às 21:33.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:01

Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff rebater artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e defender seu padrinho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT e PSDB prosseguiram no bate-boca sobre heranças "benditas" e "malditas".

Em editorial publicado na página do PSDB na internet afirma que "a democracia brasileira, conquistada a duras penas, pressupõe o contraditório, coisa com a qual o PT não consegue lidar bem. Só isso justifica o grande incômodo provocado no último fim de semana pelo artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no qual ele dá exemplos da herança pesada herdada do governo Lula pela presidente Dilma Rousseff."

No domingo, FHC publicou artigo no jornal O Estado de S. Paulo no qual disse que Lula havia deixado para Dilma uma "herança pesada", com escândalos, como o mensalão, e ministros que foram demitidos por corrupção.

Para os tucanos, causou surpresa a reação da presidente Dilma Rousseff, "que _ cedendo às pressões de seu partido _ acabou se excedendo na defesa do legado recebido de seu antecessor. Infelizmente, usando os mesmos métodos utilizados pelo ex-presidente Lula: este sim um especialista em tentar reescrever a história brasileira de acordo com suas conveniências."

Entre os petistas, a resposta de Dilma a Fernando Henrique significou um recado para a militância, de que ela não aceita as investidas dos tucanos para tentar fazê-la se afastar do ex-presidente Lula. "O Fernando Henrique tentou descolar a Dilma do Lula e o tiro dele saiu pela culatra. Ela mostrou que tem lado, que o governo é de continuidade", destacou o líder do PT, Jilmar Tatto (SP).

Na resposta a FHC, Dilma Rousseff levantou suspeitas sobre a aprovação da emenda da reeleição, em 1997. Os tucanos lembraram que petistas tentaram aprovar um terceiro mandato e provocaram: "De fato o ex-presidente Lula não cedeu à tentação de disputar um terceiro mandato, como chegaram a pregar muitos de seus correligionários, mas não pestanejou em disputar a reeleição, garantida pelo Congresso Nacional em votações qualificadas e com o apoio majoritário da sociedade brasileira."
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