(Hoje em Dia)
O programa de rádio que o Partido dos Trabalhadores (PT) estreou na última terça-feira (6) em cadeia nacional trouxe uma mudança de tom no tratamento à oposição. A presidente Dilma Rousseff mudou o discurso e passou a atacar, veladamente, os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
De acordo com o presidente do PT-MG, Odair Cunha, a presidente Dilma evidencia o que está em jogo nessas eleições: fazer o Brasil avançar com a reforma política e o combate à corrupção, fortalecer a economia e melhorar a qualidade dos serviços públicos.
Para o presidente do PMDB em Minas, deputado Antônio Andrade, Dilma agiu corretamente. A presidente, que por sugestão de Lula e alguns dirigentes petistas, torna-se mais agressiva, segundo Andrade deu a resposta ao que a oposição está provocando.
“A CPI da Petrobras eu também quero, o que estiver errado tem de ser apurado. Mas a oposição fica com um discurso e pratica outra coisa”, disse o peemedebista.
Já a oposição atribui a mudança de tom dos petistas à queda nas pesquisas de intenção de voto. “Isso é um reflexo do esvaziamento da credibilidade e da consistência da candidatura da Dilma”, disse o presidente do PSDB-MG, Marcus Pestana.
Segundo ele, a leitura do conjunto das diversas pesquisas mostram claramente um desejo de mudança, uma vez que “42% dos entrevistados não votam na Dilma de jeito nenhum”. Pestana disse que a presidente “usou abusivamente” a cadeia de rádio e televisão para fazer “campanha eleitoral”.
Segundo o dirigente tucano, o ex-presidente Lula usou desse expediente 14 vezes em oito anos de mandato, enquanto Dilma já fez, até agora, 20 comunicados. “Não se pode usar esse espaço para a candidatura do PT, para polemizar com a oposição. Na propaganda do governo federal, só faltam pedir voto”.
Para o presidente do PSB em Minas, deputado Júlio Delgado, se a presidente já foi considerada uma grande gerente, “esse período está vencido ou nunca existiu”.
Delgado não ouviu o programa de rádio do PT, mas reiterou que “a população não quer manter o desastre do presente”.
“A ousadia que 70% da população não quer é a manutenção do que aí está. A presidente Dilma é a gestora dos desastres do setor elétrico e da Petrobras”, criticou Delgado.
O presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PP), afirmou que Dilma não tem que mudar o discurso, “ela tem que mudar de atitude para o país crescer”.
Andrade repercutiu também as críticas do pré-candidato petista ao Palácio Tiradentes, Fernando Pimentel, ao governo estadual. O peemedebista contestou a propaganda tucana em que o presidenciável Aécio Neves declara que encontrou um estado quebrado, em 2003, sucedendo Itamar Franco. Segundo ele, os problemas com salários e 13º do funcionalismo foi iniciado ainda com Eduardo Azeredo (PSDB) à frente do governo de Minas.