(Arquivo Hoje em Dia)
A eleição presidencial de 2014 ganha contornos de um pleito a ser decidido em dois turnos, caso o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, lance seu nome, bem como a ex-ministra Marina Silva (sem partido) e o senador Aécio Neves (PSDB). Antevendo essa possibilidade, o PT trabalha com duas estratégias: o fortalecimento de palanques nos estados considerados prioritários e a tentativa de demover o PSB de lançar candidatura.
Às vésperas do Carnaval, a presidente Dilma Rousseff (PT) se reuniu com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para tomarem uma decisão. Pimentel seria o candidato do PT ao governo de Minas Gerais, em 2014. Desta forma, não só daria um palanque forte no Estado como teria a oportunidade de recuperar o prestígio petista no Estado.
“No momento, temos pesquisas internas que dão vitória de Dilma em primeiro turno. Em Minas, já temos empate técnico (com Aécio Neves). Temos que ter um palanque forte”, afirmou o presidente do PT estadual, deputado federal Reginaldo Lopes.
No dois turnos em que disputou a campanha presidencial, em 2010, Dilma perdeu em Minas, sua terra natal. Aqui, os mineiros preferem nomes sugeridos pelo senador Aécio Neves, potencial adversário da presidente.
Confronto
Para que não haja segundo turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em campo. Defende a ideia de oferecer ao atual vice-presidente, Michel Temer (PMDB), a possibilidade de concorrer ao governo paulista, com o apoio do PT. Com isso, daria a vaga de vice de Dilma a Eduardo Campos. Seria a única forma, nos bastidores, de tentar evitar um eventual segundo turno. O problema é que Dilma reluta em aceitar a ideia.
Ela aposta na manutenção de Temer na chapa, abrindo mão de ter o PSB. Avalia que os peemedebistas têm capilaridade país afora, presidem a Câmara dos Deputados e o Senado, têm as maiores bancadas. Poderiam representar um risco se contrariados. Dilma gostou da participação de Temer no primeiro mandato.
Nos próximos dias, Lula e Campos vão se encontrar. O governador deve anunciar ao petista que, sem a vice da chapa, lançará voo solo. Antes do Carnaval, ele se encontrou com Dilma e não confirmou a candidatura.