(Carlos Rhienck)
Um estudo feito pelo Senado mostrou que, de 188 países, o Brasil ocupa o 156° lugar em termos de presença de mulheres na política. Se o país continuar nesse ritmo, serão precisos mais 150 anos para igualar o número de mulheres e homens.
Minas Gerais, por exemplo, possui apenas duas deputadas federais em uma bancada com 53 representantes. Margarida Salomão, pelo PT, e Jô Moraes (PCdoB), que também dirige o partido em Minas.
Na Assembleia Legislativa, das 77 cadeiras, cinco são preenchidas por mulheres. Das três cadeiras do Senado, todas são ocupadas por homens.
O levantamento foi feito pela Consultoria Legislativa com base em dados da União Interparlamentar da Organização das Nações Unidas (ONU).
O caráter compulsório da legislação eleitoral que obriga os partidos a destinarem 30% de suas vagas nas chapas para mulheres e a avaliação dos políticos pela sociedade podem explicar essa realidade.
Dificuldades
Para ficarem dentro da lei, muitos dirigentes acabam preenchendo suas chapas com mulheres de baixa representatividade eleitoral.
“Todos os partidos têm uma enorme dificuldade de mobilizar candidatas. Toda política de quota tem um caráter um pouco compulsório que às vezes leva ao radicalismo. A participação da mulher na política precisa ser discutida mais profundamente. Na medicina, nos concursos públicos, a participação das mulheres aumentou.
Acho que na política é diferente não só pelo ambiente machista, mas pelo mal estar que a sociedade tem em relação à política”, declarou o presidente do PSDB de Minas, deputado federal Marcus Pestana.
De acordo com ele, o PSDB Mulher está mapeando as lideranças femininas no interior do Estado para tentar compor uma chapa com cidadãs competitivas eleitoralmente. “Vamos procurar ex-prefeitas, ex-vereadoras nas maiores cidades”.
Presidente do PMDB de Minas, Saraiva Felipe garantiu que em 2014 vai eleger uma mulher na Câmara dos Deputados. “Eu te asseguro que vamos aumentar o número de mulheres. O PMDB de Minas é o partido que mais tem núcleos femininos e queremos mulheres disputando mandatos”, disse.
Ineficiente
Deputada federal pelo PCdoB, Jô Moraes, acredita que a política de cotas isoladamente não vai resolver o problema da distância das mulheres da política. “As cotas são preenchidas por candidatas laranjas e temos que acabar com isso”. De acordo com ela, no ano passado o número de mulheres que se filiaram a partidos foi o dobro do de homens.