Ao chegar para o evento com os presidenciáveis organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirmou que o País caminha para se tornar "um mero exportador de commodities", caso não realize reformas estruturais. Na visão de Castro, o governo da presidente Dilma Rousseff tomou medidas de curto prazo apenas. "O Reintegra é um exemplo. Primeiro foi criado, depois saiu de cena, e posteriormente voltou mais uma vez", criticou.
Para Castro, o câmbio não deve ser a base de apoio da indústria para se tornar atrativa no cenário internacional. "Quando querem transformar câmbio em questão de competitividade é porque alguma coisa está errada", disse.
"Precisamos de reformas estruturais", completou ele, que concordou que o pleito pelas reformas é antigo. Entre todos os pedidos feitos pela indústria, o presidente da AEB considera a reforma tributária como prioritário e fundamental para retomar a competitividade do País. "Temos custo de produção muito elevado. Se não fizermos reformas, estaremos em breve fora do mercado", criticou.
Argentina
Questionado sobre os impactos da situação na Argentina, que vive hoje o fim do prazo para pagar cerca de US$ 1,5 bilhão aos fundos credores dos Estados Unidos, Castro responde com pessimismo. "Qualquer decisão vai respingar no Brasil, com redução das exportações", avaliou o presidente da AEB.
A compra de produtos brasileiros, na análise de Castro, será prejudicada pela situação do país vizinho e, considerando a expressiva parcela da Argentina para as exportações brasileiras, a situação da balança comercial tende a piorar sob este ponto de vista. (Colaboraram Erich Decat , Nivaldo Souza , Ricardo Brito e Bernardo Caram)
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