Regionalização da saúde pode aliviar demanda em Belo Horizonte

Ana Luiza Faria - Hoje em Dia
27/10/2014 às 07:50.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:47
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

Os hospitais de Belo Horizonte enfrentam, diariamente, uma demanda imensa de pacientes do interior. Para o professor de medicina da UFMG, César Barros Vieira, esse congestionamento se deve à falta de atendimento especializado no interior do Estado. “Esse problema acontece por falta da regionalização e redistribuição de serviços da saúde”, conta.

O professor da UFMG avalia que um dos fatores que contribui para a lotação dos hospitais na capital é o aumento da população idosa. “Hoje as pessoas têm melhor qualidade de vida, o que aumenta a porcentagem da população mais velha. Com isso, cresce o número de pacientes com doenças crônicas, que demandam mais atenção”, disse.

César afirma que a regionalização da saúde é uma das iniciativas mais importantes a serem tomadas pela presidente Dilma Rousseff na área, já que, de acordo com o professor, atualmente vários procedimentos que antes precisavam de uma estrutura complexa para serem realizados, com o avanço da tecnologia na medicina, podem ser feitos em pequenos pronto-atendimentos.

Para o professor, o governo federal deveria investir no mínimo 10% de sua arrecadação em saúde pública e melhorar a gestão desses recursos. “Além da corrupção que enfrentamos na área, lidamos com desperdício de medicamentos, equipamentos antigos e falta de técnicas mais eficientes nos postos de saúde. Além disso, algumas despesas que são contabilizadas na conta da saúde podem ser questionadas, como por exemplo a merenda escolar”, afirmou.

Mais Hospitais

O professor da UFMG garantiu que antes que sejam construídos novos hospitais e novas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), é necessário fazer um estudo minucioso para que as decisões sejam tomadas de forma equilibrada.

“É preciso o desenvolvimento de novas tecnologias e novos tratamentos antes de sair construindo mais hospitais. Muitas doenças e exames podem ser tratados nas UPAs. Por isso, é importante fazer um balanço permanente da situação”, disse.

O professor destacou a importância de investimento na prevenção das doenças e na informática. “É fundamental investir em pesquisas de vacinas e em exames, pois, com isso, podemos evitar que casos se compliquem. A tecnologia facilitou e muito a vida dos médicos, os prontuários eletrônicos possibilitam o acesso ao histórico de qualquer paciente”, afirma.  

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