O senador Armando Monteiro (PTB-PE) afirmou nesta quinta-feira (31) que não vai votar no líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL) para a presidência do Senado. Assim como decidiu a bancada de senadores do PSB, Monteiro defende que os peemedebistas lancem um nome alternativo para a disputa marcada para sexta-feira (1º). A eleição do novo presidente do Senado, que substituirá a vaga até agora ocupada por José Sarney (PMDB-AP), ocorrerá em votação secreta. "Não tenho nada contra o Renan, mas o PMDB poderia oferecer outro nome que pudesse evitar esse desgaste futuro para o Senado", disse Monteiro.
Monteiro disse que "agora há um fato que pode ser passível de questionamento". Ele se refere à denúncia apresentada na sexta-feira da semana passada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, contra Calheiros, por fatos que o levaram a renunciar à presidência do Senado, em 2007, para evitar a cassação. "O fato de Gurgel ter feito uma denúncia no Supremo, falando que ela era extremamente consistente, nos coloca em uma situação delicada", disse.
A bancada de 20 senadores do PMDB reúne-se nesta sexta-feira, às 17 horas, para oficializar a candidatura de Calheiros à presidência da Casa. Mesmo desejando uma candidatura alternativa do PMDB, Monteiro não descarta que o PTB apoie um nome do grupo dos independentes, ou seja, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) ou Pedro Taques (PDT-MT). "Acho Pedro Taques um bom nome", disse o senador.
Aliado do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, Monteiro afirmou que sua posição não está ligada à decisão de quinta-feira da bancada dos socialistas no Senado. Os senadores do PSB rejeitaram a candidatura de Renan e defenderam a escolha de outro nome. "Não tive nenhuma conversa, seja no plano nacional, seja no plano estadual, com políticos do PSB", afirmou Monteiro, justificando que sua posição já tinha sido anunciada antes da decisão da bancada do PSB.
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