Senador Ivo Cassol vai a plenário para negar fraudes em licitações

Débora Álvares
14/08/2013 às 20:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:59

O senador Ivo Cassol (PP-RO) esteve nesta quarta-feira (14) no plenário do Senado pela primeira vez, após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por fraudes em licitações. Ao longo dos 27 minutos em que discursou, o parlamentar chorou, negou as acusações e pediu orações. "Sou inocente e vou continuar provando minha inocência. Peço ao povo de Rondônia, ou mesmo do Brasil, que procurem uma igreja e continuem orando por mim", disse. E continuou: "Eu não envergonhei o Senado, não desviei recursos, não roubei, não superfaturei".

O senador chegou ao plenário no fim da tarde, após o início das votações, acompanhado do pai, Reditario Cassol, seu primeiro suplente. "Não houve trambique nenhum. Apenas nas empresas lá da mulher dele. Mas o importante é executar obra né?" ressaltou o pai, antes do discurso do senador.

Cassol começou sua fala destacando sua discordância com a condenação de 4 anos, 8 meses e 26 dias de prisão. Ele destacou que o julgamento "não vai manchar as histórias" de sua vida. "Vou continuar de pé, mostrando, defendendo, provando. Por mais que pareça que houve um erro técnico, eu não errei, porque eu não roubei." Ele agradeceu à ministra relatora do caso, Cármen Lúcia. "A própria ministra disse que eu não desviei recursos, que não houve superfaturamento. Quero agradecer a ministra."

O senador defendeu o ex-presidente da Comissão de Licitação de Rolim de Moura, Salomão da Silveira, nomeado pelo senador para o cargo, quando ele foi prefeito da cidade - Silveira também foi condenado pelo Supremo. "Nomeei para a comissão uma pessoa séria e honesta a exemplo do Salomão." Ele destacou sempre ter orientado sua equipe a procurar o Tribunal de Contas do Estado (TCE) de Rondônia ou da União (TCU) quando houvesse dúvidas sobre os procedimentos.

Apesar dos elogios ao funcionário, o senador disse ter sido condenado por conta de algo de competência da área chefia por Salomão da Silveira. "Fui julgado, no meu entender, por uma questão técnica, que é uma responsabilidade da comissão de licitação. A comissão deveria ter feito uma única licitação para contratos de mesma origem."
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