O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, voltou a usar o mensalão para criticar o PT, legenda de seu adversário neste segundo turno da Capital, Fernando Haddad. Após eventos que formalizaram o apoio do PDT e do PTB à sua candidatura, o tucano foi indagado sobre o fato de o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, ser um dos réus no processo do mensalão, em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na resposta, ele disse que pode haver algum integrante de outro partido nesse escândalo, mas "é a alma do PT que está comprometida" neste episódio. "O mensalão é obra do PT, é uma marca do partido", afirmou.
Além de criticar o PT, o tucano também rebateu a declaração do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, de que a prioridade do PT neste momento são as eleições municipais neste segundo turno, com destaque para Fernando Haddad na corrida pela Prefeitura de São Paulo. "É estranho que alguém condenado pela Justiça suprema do País, de repente considere que o mais importante (para o seu partido) é ganhar uma eleição em São Paulo", destacou.
O candidato tucano também teceu um breve comentário sobre a reunião ocorrida nesta quarta (10) entre a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que contou com também com a participação do presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, no escritório da Presidência da República, em São Paulo. Sobre essa reunião, ele disse: "Acho estranho que (a presidente) vá de avião presidencial para lá e para cá fazer reunião política."
Além de fazer alusão ao mensalão e ao PT, Serra criticou uma das vitrines do plano de governo de seu adversário Fernando Haddad, o projeto denominado 'Arco do Futuro'. "O PT tem a ideia errada a esse respeito, no que tem de certo (o projeto), é copiado. O que tem de novo, é errado. Isso é um convite para o engarrafamento de veículos", afirmou o tucano, com relação ao projeto prever intervenções próximas às vias mais importantes de circulação de veículos na cidade. Questionado sobre a pesquisa Datafolha, que mostra seu concorrente na frente, Serra disse que não comenta pesquisas.
Ao formalizar apoio a Serra, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), derrotado nas eleições deste primeiro turno na Capital, disse que a aliança com Serra é resultado de a presidente Dilma Rousseff não ter cumprido acordos com os trabalhadores.
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