O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, reagiu nesta quinta-feira às críticas da campanha do candidato tucano José Serra que ressaltam a "inexperiência" do petista como administrador e o "despreparo" para assumir a administração municipal. "O Serra acha que o (Gilberto) Kassab (atual prefeito, do PSD) está preparado para ser prefeito. Então, nós temos uma divergência a respeito do assunto. Ele acha que o Kassab está preparado e eu acho que ele não está", disse. "O juízo que ele faz, uma vez que ele acha que a administração atual vai bem e 80% (dos paulistanos) acham que não vai, é um juízo equivocado sobre esse tema sobre quem está ou não preparado", emendou.
Em visita às instalações da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), na zona sul da capital paulista, Haddad também disse que seu antigo secretário executivo no Ministério da Educação (MEC), José Henrique Paim Fernandes, foi inocentado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) após suspeitas de irregularidades em convênio firmado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) quando presidia o órgão. Embora ressalte que a questão "está superada", Fernandes ainda responde a ação civil pública na Justiça Federal por improbidade. "Ele já foi inocentado, unanimemente, pelo Tribunal de Contas", afirmou. "Olha, um Henrique Paim vale por uma dúzia de Alexandre Schneider", disse, referindo-se ao candidato a vice-prefeito na chapa de Serra.
Ironizando o tom crítico do tucano na campanha, Haddad afirmou que não vê desespero no adversário, que está em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto. "Acho que não, quem está desesperada é a população há oito anos", disse. Durante a visita, o petista ressaltou que pretende manter as parcerias com as organizações sociais (OSs) na área de saúde, mas que atender à recomendação do Tribunal de Contas do Município (TCM) para melhorar a transparência no controle de gastos destas entidades. "Isso é uma recomendação do Tribunal de Contas que não vou me furtar a fazer", afirmou. Apesar de ser favorável às parcerias, ele admitiu que, num primeiro momento, não pretende ampliar os contratos se for eleito.
Haddad voltou a criticar o oponente por, de acordo com ele, não ter um plano de governo com metas. Para o candidato do PT, o tucano não quer compromissos com a capital e, por isso, ele não se compromete "nem em permanecer no cargo". "Nem esse compromisso ele firmou na (rádio) CBN anteontem (nesta terça-feira, 16), se recusou a isso. Agora, ele saiu de uma linha de assinar qualquer coisa para não assinar nada. Antes, ele assinava qualquer documento que aparecesse pela frente, agora ele não assina nenhum, nem um plano de governo", provocou. "Isso é competência? Isso é esperteza, mas competência para governar a cidade não é", completou.
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