SÃO PAULO - O presidente da filial brasileira da empresa Siemens, Paulo Ricardo Stark, disse aos vereadores da CPI dos Transportes da Câmara Municipal de São Paulo que a companhia aceita discutir um acordo para ressarcir os cofres públicos em razão dos prejuízos pela formação de cartéis em licitações de trens no Estado, se ficarem comprovadas as suspeitas de fraudes nas concorrências. Após depor por mais de quatro horas na CPI, Stark também afirmou que as investigações internas da Siemens não apuraram o pagamento de propinas a políticos ou servidores públicos por representantes da empresa. Essa suspeita é tema de inquéritos conduzidos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Em relação à formação de cartéis, Stark disse que a Siemens obteve "indícios" de que executivos da empresa e de outras companhias combinaram o resultados de licitações do Metrô e da CPTM entre 1998 e 2008. Essa delação já foi levada à autoridades federais e resultou na assinatura de um acordo, em maio, com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pelo qual a Siemens informou que além dela outras 18 companhias participaram dos supostos conluios. Nesta tarde a CPI ainda está ouvindo os depoimentos dos representantes das empresas TTrans e Temoinsa, que também foram apontadas pela Siemens como integrantes dos cartéis.