Sinalização do STF é preocupante, diz defesa de Cunha

Ricardo Brito
27/08/2012 às 18:12.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:47

O advogado Alberto Toron afirmou nesta segunda que é "preocupante" a sinalização dada até o momento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação a seu cliente, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP). Na sessão do julgamento do mensalão esta tarde, o petista recebeu dois votos dos ministros Luiz Fux e Rosa Weber para condená-lo na maioria dos crimes a que responde.

"A sinalização me preocupa, obviamente, porque nós temos agora um voto que acompanha integralmente o ministro relator (Joaquim Barbosa), condenando o deputado João Paulo Cunha, e outro voto, que também o acompanha, embora parcialmente, mas o acompanha para condená-lo na maioria dos casos", afirmou. "Portanto, é preocupante, não deixa de ser preocupante, mas sempre lembrando que o julgamento não se encerrou".

Primeira a votar nesta segunda, Rosa votou pela condenação do petista por um dos crimes de peculato e por corrupção passiva. Ela deixou para se manifestar depois no caso do crime de lavagem de dinheiro. Fux, logo em seguida, acompanhou o relator integralmente, concordando com a condenação do parlamentar por dois peculatos, além de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os delitos teriam sido cometidos na época que João Paulo presidiu a Câmara dos Deputados e referem-se ao contrato de publicidade institucional da Casa com a SMP&B, agência de Marcos Valério. O petista é o único dos 37 réus candidato nestas eleições municipais: ele disputa a prefeitura de Osasco (SP).

Toron, que deu uma entrevista durante o intervalo do julgamento, criticou a posição de Fux segundo a qual a prova produzida pela CPI teria o mesmo valor daquelas produzidas em juízo. Fux se valeu dessas provas produzidas pelo Congresso para mostrar a fragilidade da defesa do petista, que deu várias versões para o recebimento de R$ 50 mil da agência de Valério.

O defensor disse que tem "muita esperança" de que os demais ministros acompanhem o voto do revisor, ministro Ricardo Lewandowski, que absolveu João Paulo Cunha de todas as acusações.
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