(Reprodução/Instagram )
O deputado Daniel Vilela (MDB-GO) foi eleito presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nesta terça-feira, 3. Se o presidente Michel Temer for alvo de uma terceira denúncia, o colegiado é o ponto de partida da análise na Casa.
Após a eleição, Vilela afirmou que, apesar de ser do partido de Temer e ter votado a favor do presidente nas duas outras denúncias, se considera "independente". "Eu faço parte do partido do presidente e obviamente que integro a sua base, mas me sinto independente para promover os debates necessários e ter uma atuação aqui que seja pertinente aos desejos dos brasileiros", disse.
Como mostrou a Coluna do Estado, o risco da terceira fez o governo reavaliar a indicação de Vilela ao comando da CCJ. Como o deputado deve disputar o governo de Goiás, havia receio do governo de ele ficar mais suscetível à pressão por ser candidato.
Nesta terça-feira, Vilela disse não se preocupar com eventuais pressões externas, porque, como presidente do colegiado, ele vai ter uma atuação mais de "magistrado, de condução do debate, de condução da votação". "Não serei eu a emitir qualquer parecer em relação à denúncia", disse.
O deputado também afirmou que, em caso de uma terceira denúncia, vai seguir "as regras e os ritos" definidos pela CCJ no ano passado, quando Temer foi alvo das outras duas denúncias.
Ele, no entanto, admitiu ser um "desafio grande" conduzir a CCJ por ser ano eleitoral e "pelo momento político que o País passa".
Vilela foi eleito nesta terça com 51 votos a favor e 2 contra. Para a vice-presidência, os deputados escolheram outro nome do MDB, José Priante (PA).
Leia mais:
Dissidentes do PSDB e PSB desistem de ir para o PSL
País está perdendo ideia de institucionalidade, diz Temer
Em discurso, Temer diz que 'gestos irresponsáveis' desestabilizam o país