O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciu na tarde desta quinta-feira (30) a segunda etapa do julgamento do mensalão, que consiste no capítulo sobre gestão fraudulenta de instituição financeira, retomando a palavra ao relator da ação Joaquim Barbosa. Este capítulo envolve os réus do Banco Rural que são acusados de conceder empréstimos fictícios que, segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), financiaram o esquema de compra de votos no Congresso Nacional. Os principais personagens dessa etapa são os dirigentes do Banco Rural na época dos fatos: Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório. Em seu voto, o relator do mensalão lembrou que os bancos devem arquivar todos os documentos referentes à operações financeiras para possível investigação. "O Banco Rural, todavia, sobretudo no que diz respeito às operações com o PT e as agências de Valério, não cumpria as obrigações previstas pelo Banco Central", diz ele. A corte concluiu nesta quinta-feira (30) o julgamento da primeira etapa do mensalão com a condenação de cinco réus acusados de desvio de dinheiro público. O deputado federal João Paulo Cunha foi condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Já o publicitário Marcos Valério e os sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz foram condenados pelos crimes de corrupção ativa e peculato em relação às denúncias de desvio de dinheiro na Câmara. O grupo e Henrique Pizzolato também foram condenados por desvios no Banco do Brasil. Já o ex-ministro Luiz Gushiken foi absolvido da acusação de peculato.