Suíços detectam mais contas de suposto lobista em caso de cartel em SP

Fernando Gallo
22/01/2014 às 09:51.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:30

O Ministério Público da Suíça afirma que dinheiro da multinacional francesa Alstom abasteceu contas do consultor Arthur Teixeira não apenas na Suíça, mas também no Uruguai e na Inglaterra. Documento enviado aos investigadores do caso no Brasil aponta que dinheiro da empresa circulou "de um lado para o outro" entre as diferentes contas antes de ser transferido por doleiros para destino ainda desconhecido.

Tido como lobista do cartel que segundo a Siemens operou no setor metroferroviário de São Paulo e do Distrito Federal, Teixeira é acusado pelo ex-diretor da empresa alemã Everton Rheinheimer de pagar propina a agentes públicos. O dinheiro teria abastecido suposto caixa 2 de campanhas eleitorais do PSDB e do DEM.

Até o envio do material pela Suíça, os investigadores brasileiros só trabalhavam com a informação de que Teixeira possuía contas no Credit Suisse naquele país. Os suíços dizem que o consultor usou essa conta para pagar propina ao ex-diretor da CPTM Roberto Zaniboni.

O criminalista Eduardo Carnelós, que defende Teixeira, disse que no relatório do MP da Suíça "há afirmações que não estão amparadas em nenhum documento". Ele rebateu a informação de que Teixeira teria contas no Uruguai e na Inglaterra. "O único dado relativo a contas é sobre pagamento para Zaniboni, uma conta pessoa física do sr. Arthur e ele já esclareceu tudo sobre isso".

A Alstom informou que a contratação de consultores em projetos de infraestrutura "sempre foi prática usual, dada a complexidade técnica e financeira envolvida para assegurar a disponibilidade de todos os materiais e serviços da complexa cadeia de suprimentos, que pode incluir vários fornecedores nacionais ou estrangeiros". A empresa destacou que "a contratação de consultores em momento algum violou as leis vigentes no país." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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