O governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva, que deverá ser vice em sua chapa, reuniram-se na tarde desta segunda-feira, 10, em São Paulo com um grupo de ambientalistas, dirigentes de ONGs e empresários do setor para discutir a pauta da sustentabilidade. O ex-deputado Fábio Feldman, que organizou o encontro, disse que eles pretendem se reunir também com outros postulantes à Presidência. "Já convidamos a presidente (Dilma Rousseff)", disse. No ano passado, o grupo havia realizado encontro semelhante com o senador mineiro e virtual candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves.
Indagado se o PSB está preparado para assumir a agenda de sustentabilidade pregada por Marina Silva, Eduardo Campos disse: "Está preparado sim, descobrimos isso desde primeiro momento da aliança. Quando fizemos debate das diretrizes, deixamos claro que este era um compromisso central do nosso programa. Importante que o programa e o governo sejam formados por pessoas que carregam historicamente esses compromissos." Para o governador de Pernambuco, o PSB vem de uma tradição do campo democrático, do socialismo, olhando para o desenvolvimento dos mais necessitados. "Agora encontramos uma militância que está se aproximando com uma releitura do socialismo, que é a questão da sustentabilidade. E esse encontro vai se efetivando em vários quadros do PSB, eu mesmo tive essa possibilidade quando fui ministro (do governo Lula)."
Campos destacou que a união com Marina fez que com seu partido incorporasse uma pauta programática neste setor. "Saudamos esse belo encontro, pois vemos que desenvolvimento social não é incompatível com a sustentabilidade, pelo contrário, é estratégico fazer este encontro." Marina Silva disse que as questões relacionadas ao meio ambiente estarão contempladas num governo que defende a sustentabilidade. "A viabilidade para o desenvolvimento não é só econômica e social, mas também ambiental", disse. E destacou que é preciso simplificar os processos de avaliação ambiental sem perder a qualidade. Para a ministra, quando se tem compromisso com a agenda, fica muito mais fácil executar obras que dependam da licença ambiental.
Risco energético.
Sobre os problemas recentes na área de energia, Marina Silva teceu críticas à gestão do governo Dilma Rousseff. "É preciso que o planejamento energético não seja feito entre quatro paredes. Vivemos numa sociedade democrática, com vários setores que podem dar a sua contribuição", disse. "Uma das grandes questões é como suprir o País de energia a partir de uma matriz limpa e diversificada. É preciso fazer o debate também da conservação de energia, que não tem nada a ver com o racionamento, que é emergência quando não se faz o dever de casa", afirmou. Para Marina, a combinação de várias fontes alternativas, como a eólica e a solar, pode suprir o País de energia e evitar "este vexame que temos aí".
A ex-senadora disse que, desde 2002, o Conselho Nacional de Política Energética não tem um representante da sociedade civil indicado pelo governo. "Fernando Henrique (ex-presidente tucano) saiu e deixou essa conquista para a sociedade civil e até hoje este representante não foi convidado."
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