Em resposta às perguntas elaboradas pela Polícia Federal na investigação que apura um suposto esquema de corrupção no Porto de Santos, o presidente Michel Temer confirma que conhece Antônio Celso Grecco, presidente do grupo Rodrimar, e também um dos investigados no inquérito que apura se a Rodrimar, empresa que opera no Porto de Santos, foi beneficiada pelo decreto assinado pelo presidente em maio do ano passado, que ampliou de 25 para 35 anos as concessões do setor, prorrogáveis por até 70 anos.
Além do presidente e Grecco, seu ex-assessor, Rodrigo Rocha Loures e o diretor da empresa, Ricardo Conrado Mesquita, são investigados. Temer afirma em resposta que já esteve com o presidente da Rodrimar, Grecco, em "duas ou três oportunidades", no entanto diz que nunca tratou de concessões para o setor portuário com ele.
"Encontrei-me com o Sr. Antonio Celso Grecco em uma festa de aniversário de um amigo comum. Nenhum pedido me foi formulado por ele, nem nesta e nem em ocasião nenhuma", esclarece Temer, quando perguntado se encontrou-se com o presidente da Rodrimar fora do ambiente de trabalho, e se Grecco havia feito algum pedido a ele de interesse do grupo Rodrimar.
Em uma das manifestações de Grecco durante o processo de investigação que tramita no Supremo, a defesa do presidente da Rodrimar afirmou que uma amizade entre ele e Temer é "inexistente". "Ocorre, data máxima vênia, que a mera alusão - falsa, por sinal - de que Celso seria amigo de longa data de Temer não é motivo para se colocar sob suspeita um decreto constituído com intensa participação e articulação de todo o setor portuário", diz trecho da peça, do dia 12 de setembro de 2017. Leia mais:
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