Teori diz à oposição que irá consultar Janot sobre investigação de Dilma

Agência Estado
18/03/2015 às 21:00.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:24
 (José Cruz/ABr)

(José Cruz/ABr)

O ministro relator da "Lava Jato" no Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, recebeu na noite desta quarta-feira (18), a liderança do PPS, PSDB, DEM e Solidariedade em um ato para pedir que a presidente Dilma Rousseff seja investigada no âmbito da operação "Lava Jato". Segundo os parlamentares presentes, o ministro disse que irá analisar o pedido e encaminhar o caso para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se manifeste.

"Viemos solicitar, em primeiro lugar, que o ministro analisasse com brevidade o novo agravo e, em segundo lugar, colocar os motivos pelos quais pedimos a reforma da decisão anterior (sobre não investigação da presidente)", disse o deputado federal Raul Julgmann (PPS-PE). Segundo o parlamentar, Zavaski disse que analisará o pedido de forma célere e que "abrirá vistas" para o procurador-geral da República emitir opinião.

O primeiro pedido protocolado pelo PPS na última sexta-feira solicitando a investigação da presidente foi negado por Zavascki. Ele alegou que o pedido era "apócrifo" e não deixava claro qual o advogado responsável pelo recurso. No documento, a sigla pedia que Dilma fosse investigada por ter sido citada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, delatores da "Lava Jato".

Em depoimento prestado no âmbito da "Lava Jato", Costa relata ter sido procurado pelo ex-ministro Antônio Palocci para dar contribuições à campanha de Dilma à presidência da República, em 2010. Ao enviar os pedidos de abertura de inquérito ao STF, o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, se absteve de pedir investigação da petista alegando a existência do artigo 86 da Constituição, que veda a investigação de presidentes da República sobre casos que tenham ocorrido fora do exercício do mandato.

Julgmann disse que os partidos fizeram o pedido com base em súmula e jurisprudência consolidada do próprio STF. "Entendemos que é liquido e certo e está de acordo com a jurisprudência e com o direito consolidado pelo STF na medida em que, por se tratar de fase processual, cabe a investigação da presidente da República", disse o deputado após deixar o gabinete de Zavascki.
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