Transparência Brasil mostra que metade do Congresso tem familiar na política

Patrícia Scofield - Hoje em Dia
05/06/2014 às 07:18.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:52
 (RODOLFO STUCKERT 5/6/2012)

(RODOLFO STUCKERT 5/6/2012)

Pesquisa divulgada nessa quarta-feira (4) pela Organização Transparência Brasil revela que, no período de 2006 a 2014, 44% dos deputados federais e 64% dos senadores eleitos têm parentes na política, entre filhos, sobrinhos, netos ou cônjuges. 

Entre os parlamentares que representam Minas Gerais, que fica em 11º lugar no ranking dos Estados com mais famílias no Legislativo, há 21 na Câmara e três no Senado. Entre os deputados mineiros, estão Newton Cardoso, ex-marido da ex-deputada Maria Lúcia Cardoso (PMDB); Eduardo Azeredo (PSDB), que renunciou este ano, filho do ex-deputado federal Renato Azeredo; e Gabriel Guimarães, filho do ex-deputado federal Virgílio Guimarães (PT). Aécio Neves e Francisco Dornelles, neto e sobrinho, respectivamente, de Tancredo Neves, e Clésio Andrade, tio do deputado Diego Andrade (PSD), são os nomes no Senado.

“Não entramos nas razões sociológicas e nas motivações, mas esse quadro indica que temos uma base parlamentar pouco disposta a promover mudanças, como a perpetuação no poder de políticos tradicionais desgastados ou até impedidos de concorrer em eleições”, afirma a coordenadora da pesquisa, Natália Paiva.

O levantamento aponta que na Câmara são altos os índices de familiares de políticos com menos de 40 anos (64%), eleitos por Estados do Nordeste do país (60%), mulheres (58%) e concessionários de canais de rádio ou TV (65%). 

No Senado, 64% tem parentes no Poder, 91%, são mulheres; nordestinos são 70% e concessionários de TV e rádio são 89%. Entre os partidos, DEM e PMDB são os que mais perpetuam políticos entre famílias. 

“O resultado mostra que as relações de sangue podem ser importante capital político: na Câmara e no Senado, quase metade dos congressistas alavancaram parentes ou foram promovidos por eles; entre deputados com menos de 30 anos de idade, herdeiros chegam a quase 80% com mandato”, pondera a pesquisadora do Transparência Brasil, Lauren Schoenster.

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