Presidente americano discursou a Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23)
(Reprodução)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é "um cara legal" e que os dois devem se encontrar para uma reunião na semana que vem. A fala ocorreu durante o discurso do americano na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23).
Lula e Trump tiveram um breve encontro durante o evento. "Nós nos vimos, ele me viu, eu o vi e nós nos abraçamos. E então eu penso: dá pra acreditar que vou dizer isso em apenas dois minutos? Nós até combinamos de nos encontrar na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar,talvez uns 20 segundos e, em retrospecto, ainda bem que esperei, porque essa situação não terminou bem”.
Segundo o presidente americano, a conversa foi boa. "Ele me pareceu, de fato, um homem muito simpático. Eu gostei dele. Eu só faço negócios com pessoas de quem gosto. Quanto não gosto, não gosto mesmo, Mas, por uns 39 segundos, tivemos uma química excelente. Isso é um bom sinal".
Na avaliação do presidente norte-americano, o Brasil tarifou os EUA “de uma forma muito injusta”, o que levou seu país a aplicar, de volta, as tarifas de 50% contra alguns produtos brasileiros.
“Fiz isso porque, como presidente, eu defendo a soberania e os direitos de cidadãos americanos”.
O Brasil, segundo Trump, estaria “indo mal” ao cobrar “tarifas imensas e injustas” dos produtos norte-americanos, além de interferir nos direitos e na liberdade de cidadãos americanos e de outros países "com censura, repressão, e com o uso do sistema judicial como arma".
Na sequência, Trump acenou que o Brasil poderá “se dar bem” caso trabalhe de forma conjunta com os EUA. “Sem a gente, eles vão falhar como outros falharam”, acrescentou.
Desde julho, o governo dos Estados Unidos vem em uma ofensiva taxando produtos brasileiros e tentando interferir nas decisões do Judiciário. O governo brasileiro respondeu afirmando que os Estados Unidos tiveram um superávit junto ao Brasil, nos últimos 15 anos, de mais de US$ 400 bilhões - o que não justificaria a imposição de novas taxas.
Em carta, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, negou que haja censura no Brasil e disse que as decisões da Corte buscam proteger a liberdade de expressão. Ele afirmou ainda que a tarifa de 50% imposta pelo presidente Trump aos produtos brasileiros teve como fundamento uma “compreensão imprecisa dos fatos”.
“No Brasil de hoje, não se persegue ninguém”, afirmou o presidente da mais alta Corte brasileira.