(Antônio Melo/AGP)
O ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), começou por volta das 17h30 desta sexta-feira, 10, a acareação entre o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, Hilberto Mascarenhas, ex-funcionário da Odebrecht ligado ao "departamento de propina", e o ex-executivo Benedicto Júnior.
O ministro é o relator da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014. Depois dessa acareação, Marcelo Odebrecht ainda participará de uma outra, com o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho.
Ao determinar as acareações, o relator alegou a necessidade "de serem esclarecidos pontos mencionados" nas audiências "em decorrência de dúvidas pontuais". Herman iniciou os trabalhos desta sexta-feira com o depoimento do ex-executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio, que falou ao TSE por cerca de duas horas.
Migliaccio é apontado como um dos responsáveis por operar contas da empreiteira no exterior usadas para pagamento de propina. Firmou acordo de delação premiada fora do pacote negociado pela empresa. Ele assinou o acordo antes dos 77 executivos da Odebrecht, mas teve sua delação homologada pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, juntamente com os demais.
O ministro pediu que Migliaccio permanecesse no TSE ao longo da noite desta sexta-feira, à disposição para prestar esclarecimentos em caso de surgimento de novas dúvidas. Depois das duas acareações, o ministro ainda ouvirá duas outras testemunhas: o ex-funcionário da Odebrecht José de Carvalho Filho e a ex-secretária Maria Lúcia Tavares.
Leia mais:
Moro diz que defesa faz 'propaganda política' de Lula e veta pergunta de advogado
Temer diz que ministros que aparecerem em delações podem pedir demissão
Executivos da Odebrecht tentam barrar divulgação de vídeos de delação