(Carlos Rhienck)
Vereadores de Belo Horizonte trabalham, de maneira silenciosa, para aumentar o próprio salário. Contrariando uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), para reajustar o salário até a eleição, os parlamentares discutem formas de reajustar o vencimento, que passaria a ter um novo valor a partir de 2013.
De acordo com a legislação em vigor, o reajuste só pode ser concedido para a próxima legislatura. Por conta disso, os vereadores correm contra o tempo e precisam aprovar a matéria até o mês que vem.
Um grupo tenta encontrar qual é a melhor alternativa para conceder o reajuste. Até mesmo vereadores que só vão assumir no ano que vem o mandato estariam participando das discussões. Desde o primeiro semestre deste ano, quando o tema foi vetado por conta da pressão popular, eles pensam em alternativas que possam viabilizar o aumento.
Naquela proposta, cada parlamentar passaria a receber a partir de 2013 cerca de R$ 15 mil mensais. O valor atual é de R$ 9.288,00. A tendência é que, agora, passada a eleição, seja mais fácil para os parlamentares enfrentar a pressão da população.
Mesmo assim, desta vez, os parlamentares parecem concordar com um aumento mais modesto. Eles querem, pelo menos, reajustar o índice de acordo com a inflação dos últimos quatro anos. Se isso acontecer, o valor passaria a ser 30% maior, em torno de R$ 12 mil. “Existe um movimento, mas não há nada oficial. Certo mesmo é que os vereadores estão insatisfeitos com o atual vencimento”, afirmou um parlamentar que pediu anonimato para evitar o desgaste com os colegas.
Além dele, pelo menos outros sete parlamentares confirmaram a possibilidade.
Executivo
Uma das alternativas é aproveitar o reajuste que poderá ser concedido em breve para o Executivo. Conforme antecipou o Hoje em Dia, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) deve encaminhar em breve para a Câmara uma proposta que reajusta os valores pagos atualmente para o primeiro escalão da Prefeitura, inclusive o próprio prefeito, vice e secretários.
Os vereadores articulam para apresentar uma emenda ao texto e, consequentemente, criar uma forma de também receber o benefício. Isto, inclusive, poderia colocar panos quentes no relacionamento entre os dois poderes, já que um grupo de parlamentares estaria insatisfeito com o prefeito. Assim como no caso dos vereadores, o tema precisa ser votado neste ano.
Este mesmo grupo questiona ainda a diferença no que é pago a eles e para os secretários, que, por sua vez, podem passar a ganhar um valor muito superior. Hoje a diferença gira em torno de R$ 3 mil mensais. Por isso, existe também a hipótese de equiparar o valor entre os cargos. Se isso acontecer, o vencimento dos parlamentares poderá chegar próximo dos R$ 15 mil, valor que era pretendido anteriormente. “O salário dos vereadores é inferior ao que será pago a partir de 2013 em muitas cidades do interior”, afirmou um outro vereador.
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