Antigos amigos petistas da ex-senadora Marina Silva, como o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (AC), e o ex-governador do Acre e atualmente secretário de articulação do Ministério da Educação, Binho Marques, manifestaram surpresa com a filiação dela ao PSB. Viana, no entanto, demonstrou preocupação com o "tom" de ressentimento da ex-senadora em relação ao PT. "Esse tom que todo mundo observou não é bom. Ela sempre fez uma política positiva e não de acerto de contas", afirmou Viana ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Com a inviabilização da Rede, o senador disse que não se surpreendeu com a filiação da ex-petista a um partido político. "Ela queria estar inserida na eleição", concluiu o petista. A novidade, para ele, foi a escolha por um partido que já tem candidato à sucessão presidencial de 2014. "O estranho é ela aceitar, de pronto, a ser vice", completou.
O vice-presidente do Senado ponderou sobre o discurso antigoverno de Marina no último sábado, 05, quando anunciou sua filiação ao PSB de Campos. "Se estiver fazendo acerto de contas com o PT, aí é lamentável", afirmou.
Já Binho Marques classificou a decisão de Marina como "inusitada". "Eu fiquei surpreso, o Brasil ficou surpreso. Mas não fiquei surpreso pelo mérito, só não imaginava essa possibilidade, que foi muito criativa", resumiu o ex-governador.
Viana e Marques disseram não enxergar Marina como oposição ao governo do PT, uma vez que ela e o presidenciável Eduardo Campos (PSB) já fizeram parte do projeto iniciado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ela já falou que não é oposição e nem situação", afirmou o antigo companheiro, que não conversa com Marina há 10 meses. Na visão do senador, prova de que a ex-senadora não está na oposição é que ela recusou a se filiar ao PPS, que faz "oposição raivosa" ao governo Dilma Rousseff. "A oposição não se viabilizou e tem de ficar na torcida para que nossos aliados se coloquem como alternativa", comentou.
Marques lamentou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tenha negado o registro da Rede, a qual ele contribuiu ao assinar uma ficha de apoiamento. Ele ressaltou que não é possível insinuar que o PT tenha atuado nos cartórios eleitorais para que estes rejeitassem as assinaturas dos apoiadores. "Não tem como o PT ter participado disso", defendeu.
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